domingo, 11 de dezembro de 2016

Texto extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                A REVOLUÇÃO DO AMOR
Partindo do postulado que reconhece em Jesus Cristo o autor e consumador da libertação feminina, ob­servemos outros fatos, tomados como evidência dessa afirmação, sabendo que a evidência é um dos critérios da verdade. Comprovação oferecida aos que necessitam de provas de que a libertação da mulher é segundo a vonta­de divina. Sem esquecer, a par disso, que intento popula­rizar as pesquisas exegéticas – estudo e interpretação dos textos bíblicos por eruditos cristãos - no intuito de desta­car a atuação das primeiras mulheres cristãs no trabalho missionário. Desse modo, colocando ao alcance do leitor leigo, na medida do possível, o resultado de tais pesqui­sas, além de falar sobre minhas próprias convicções, ins­piradas por Deus.
Não perdendo de vista, também, que foi a partir de Jesus e na igreja primitiva, que a mulher passou a ser equiparada ao homem no trabalho dentro da seara. Ain­da que Jesus Cristo, de modo algum negasse a diferença entre os sexos, houve pouca diferença no seu modo de tratar homens e mulheres. Ele falava às mulheres como a seres humanos, e não baseado em diferenças sexuais.
Antes desse tempo, a mulher era tratada como se fosse menor de idade, um ser incompleto que precisava amparar-se no homem, como em uma muleta, para so­breviver socialmente. A autoridade masculina estendia-se a ponto de interferir na prática religiosa da vida da mulher. O pai ou o marido tinham direito até mesmo de anular os votos que a mulher fazia a Deus (Números 30. 1-16); caso ela pronunciasse alguma palavra impensada sob o calor de grande aflição e, depois, tivesse dificuldade para cumpri-la.
Observemos os passos em que se desenvolveram as ações de Jesus em benefício da mulher. Dentre as atitu­des tomadas no sentido de que os seus direitos fossem ampliados e equiparados aos do homem, fundamenta­mo-nos nos seguintes episódios, ocorridos durante o Seu ministério terreno:
1) No perdão da mulher adúltera. Acontecimento que pode ser considerado, repetimos, como o marco zero do processo de libertação do gênero feminino, por Jesus Cristo. Nesse episódio emblemático da história da mu­lher no relato do Novo Testamento, o nome da adúltera não é revelado. Ao procurar identificá-la, muitas pessoas, enganam-se porque pensam tratar-se de Maria Madale­na o que, segundo o texto bíblico, não é verdade.
2) Na cura e no perdão, pela sua audaciosa atitude, da mulher que padecia com um fluxo de sangue, havia doze anos, e que tocou nas vestes de Jesus crendo que, com esse gesto, seria curada. Ela infringiu um preceito da lei mosaica, a qual considerava imunda a pessoa que estivesse sofrendo de qualquer tipo de hemorragia. En­quanto estivesse nesse estado não lhe era permitido se­quer tocar em outra pessoa (Lc 8: 43 – 48; Mt 9.20; Mc 5.25). Mas, Jesus, deixando falar mais alto o sentimento de misericórdia que lhe era peculiar, ao vê-la apresentar-se à Sua frente trêmula e amedrontada, em resposta à Sua pergunta: Quem é que me tocou? Disse-lhe: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
3) No perdão da “pecadora” que ungiu os pés de Je­sus, em público, durante o jantar na casa do fariseu cha­mado Simão. (Lc 7: 36 - 50); A quem Jesus disse: Os teus pecados te são perdoados... e, ao despedi-la, acrescenta: A tua fé te salvou: vai-te em paz. (vv.48 e 50).
No capítulo Ato das Apóstolas, falarei mais sobre esse episódio - da “pecadora” - ao fazer menção a Maria Madalena com a qual costumam, também, confundi-la.
4) Na libertação de Maria Madalena, a qual era oprimida por espíritos malignos. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:2). Aceitou-a como cooperadora em Seu ministério, o que significa dizer, como discípula; e não consta que tivesse feito qualquer ressalva quanto à sua atuação, no meio de seus seguidores, que pudesse ser vis­ta como discriminatória.
5) Na conversa que Jesus teve com a mulher sama­ritana, o que a levou a divulgar, entre o seu povo a notícia de que avistara o Cristo, uma verdadeira revelação sobre a messianidade de Jesus. Saliente-se que os judeus eram inimigos dos samaritanos, aos quais sequer dirigiam a pa­lavra, porém, Jesus ignorou a questão, quebrando mais esse costume. (João 4: 4 a 29). O resultado desse diálogo foi que as boas novas do Evangelho foram proclamadas e aceitas, pela primeira vez em Samaria, pela palavra dessa mulher.
6) Na compaixão que demonstrou à viúva de Naim, ao vê-la chorando durante o cortejo fúnebre que leva­va seu filho morto. (Lc 7. 11-17). E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o leva­vam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe (v.13-15). Uma simples viúva, pessoa insignifi­cante diante de uma sociedade que que desprezava a mulher e, na qual o pouco valor que ainda merecia era segundo a sua condição de esposa e mãe. Condições das quais a viúva de Naim se vira despojada, pois, como afirma o texto, havia perdido o seu filho único. Socialmente falando, a mulher seria classificada como fazendo parte da ralé, pois, não possuía mais nenhum dos valores reconhecidos por aquela sociedade machista. (Continua).

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