quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

      A DIFÍCIL TRAJETÓRIA DA EMANCIPAÇÃO FEMININA
Muitos foram os sinais feitos pelo Mestre, mencionados no livro Mensageiras da Ressurreição para tornar compreensível a inconteste e salvadora verdade a respeito da emancipação espiritual da mulher.
Todavia, o mundo caminhou mais rápido do que a igreja (os cristãos) para alforriar o gênero feminino, talvez, esse fato tivesse alguma razão de ser por questões circunstanciais. Porque demandaria tempo para as pessoas acharem-se aptas a compreendê-la e preparadas para aceitá-la. Trazendo a questão para o início do século vinte, imaginemos que uma mulher resolvesse pregar o Evangelho em praça pública. Certamente seria conduzida a uma delegacia porque perante a lei civil era considerada menor de idade, incapaz de tomar decisões por conta própria.
Por conseguinte, a mudança de costumes e leis teria que ocorrer no sentido de permitir à mulher liberdade de ação no âmbito social. O que iria também refletir-se na comunidade cristã.
Para a grande maioria da população, fosse de judeus ou pagãos e até mesmo cristãos, seria muito difícil a compreensão e aceitação da liderança feminina. Como ocorre até hoje... Sem perder de vista que o cenário era o de uma sociedade patriarcal. E a questão não é só mudar as leis, mas, também, mudar a mentalidade das pessoas.
Aguardando o tempo certo de sua realização, a marginalização da mulher cristã perdura há infindáveis séculos. (Até o início do século vinte, pelo menos no Brasil, era costume a mulher ter de andar acompanhada para entrar num cinema ou numa confeitaria e até mesmo ir às compras, se não quisesse correr o risco de ficar “mal-falada”. Imagine-se o que seria na igreja uma mulher ocupar o púlpito.
A questão cultural e os costumes sociais, repetimos, deve ter pesado bastante. Além do que, o analfabetismo era quase que geral. E havia necessidade, por conseguinte, de as mulheres serem amparadas pelas leis civis e pelos costumes na sua “liberdade de ir e vir”, pois, não podiam ir muito longe por conta própria.
As perseguições: Reportando-nos, novamente, aos tempos da liderança de Paulo, e nos trezentos anos posteriores, quando a igreja teve que viver na clandestinidade, pode-se reconhecer esse como um dos grandes obstáculos a impedir a emancipação feminina de vir à tona. A organização da sociedade patriarcal não oferecia as mínimas condições para a mulher agir livremente em nenhum de seus setores. O que se refletia fortemente na vida da igreja.
Outro aspecto a ser observado é que alguns apóstolos chegaram a ser mortos pelo fato de serem cristãos. Dizem que Pedro foi crucificado, mas, como não se sentia digno de ter a mesma morte que Jesus, ordenou que colocassem a cruz virada de cabeça para baixo. Paulo foi morto à espada e Tiago foi um dos primeiros a morrer, foi decapitado.
As mulheres cristãs, achavam-se sob a mesma ameaça de morte, tanto que Paulo, no seu passado farisaico, quando ainda se chamava Saulo, perseguia os cristãos, e arrastava para a prisão não só os homens, mas também as mulheres, conforme Atos 8.3.
É interessante notar, portanto, que, se dentro da Nova Aliança já fora decretada a salvação da mulher, o que significa sua redenção no plano espiritual, contudo, dentro do contexto social, ela permaneceu ao longo dos séculos escrava das leis humanas. E, nas igrejas, olhada de soslaio, ainda que Jesus Cristo já houvesse demonstrado o caráter injusto dessa opressão, e planejado a sua modificação. Tanto num ambiente como no outro.
Resquícios cruéis da lei patriarcal perduram até hoje, em muitos países orientais que permitem que a mulher seja punida com a morte, caso seja acusada de infidelidade conjugal. E que o marido espanque a mulher, entre outros costumes bárbaros em voga.
(No Brasil, apesar da proibição legal, dizem que a cada meia-hora uma mulher é espancada).
Note-se que somente no final do século XIX e início do século XX foi que se começou a cogitar, nos países ocidentais, sobre o direito do voto feminino. E que, muito recentemente, as leis civis facultaram-lhe o direito de responsabilizar-se por suas próprias ações sem a dependência do aval do pai, marido ou responsável, desde que completada a maioridade. Havia ainda um resquício de autoritarismo dentro do Código Penal brasileiro determinando que a mulher, para abrir um carnê para compras domésticas ou pessoais, precisava do aval do marido. Mas, os próprios usos e costumes, concorreram para a sua caduquice. 
Portas abertas:
Portanto, para que chegasse ao ponto em que se encontra hoje, de poder exercer o ministério ordenado, em algumas denominações, foi necessário que muitos fatores concorressem para isso, paralelamente, na igreja e na sociedade. E, como diz em Eclesiastes: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu...” (3:1).
Ainda que haja descrença ou dúvidas, quanto à missão da mulher, hoje, como houve no passado, ela tem de saber que a sua hora chegou. Glória a Deus por isso!  Vêem-se já muitas trabalhadoras em campo. Tem-se notícia de episcopisas – nome que se dá ao cargo feminino equivalente ao de bispo. Uma delas é La Dona Osborn, filha do grande pregador norte-americano T.L.Osborn. Outra grande evangelista é Joyce Meier, que desenvolve o seu ministério, também, por meio da televisão, através da qual tornou-se bem conhecida no Brasil.
No nosso país já existe um bom número de pastoras, principalmente, nas igrejas neo-pentecostais. Entre as igrejas tradicionais, chamadas de históricas, a Igreja Metodista há tempo abriu espaço para o ministério pastoral da mulher.  




quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

                                            MULHERES ESPANCADAS
                                                                                                         Rachel Winter
Dados estatísticos revelam que, a cada 15 segundos, uma mulher brasileira é espancada. Este fato vem, certamente, surpreender a todos que acreditam que com leis tão progressistas para proteção dos direitos femininos, costumes bárbaros como agressão física haviam sido banidos da sociedade. Grande engano, como se vê. Conforme observou a secretária dos Direitos da Mulher, Solange Bentes: “A violência contra a mulher tem uma conotação cultural muito forte, em nosso país.”
Esse registro chocante sobre agressões à mulher, consta de um levantamento feito a partir de 1985, e que se encontra no chamado Relatório Nacional Brasileiro, lançado, ainda, no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. E, como seria de esperar, setenta por cento dos incidentes acontecem dentro de casa e o agressor é o próprio marido ou companheiro da vítima.
Tortura no lar – Deve ser bem triste a vida no lar em que o marido costuma agredir mulher e filhos. (Marido violento, geralmente, é pai violento). Num ambiente assim, de permanente tensão, o medo é o denominador comum, como numa prisão, tipo Carandiru, Bangu e assemelhadas; sem exagero, pois pancada machuca, mutila e causa dor, venha da parte de quem vier, carcereiro, marido ou pai, e aconteça na penitenciária ou no “lar”.
Quanto aos filhos, independente de serem ou não agredidos, são marcados por seqüelas psicológicas que os acompanham pelo resto da vida, traumatizados pela visão das cenas do pai atacando a mãe. É dor que nunca acaba. São feridas incuráveis que ficam no coração dos filhos, na mente torturada da mulher ou nas mutilações físicas de que muitas delas são vítimas.  Que filho poderá esquecer os gritos de dor da mãe, ou a visão da face transtornada pelo ódio, do pai agressor?
Em briga de marido e mulher... - E pensar que, até pouco tempo, a sociedade fingia que não via o fato de os maridos baterem nas esposas. A polícia interferia apenas quando a agredida quase morria ou vinha realmente a morrer. Ninguém a defendia, pois era voz geral que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Foram séculos de agressão impune e ignorada e de sofrimento silencioso. Hoje, pode-se creditar a essa violência contra a mulher, nos lares, a má fama que cerca o casamento entre pessoas do mundo, e o número crescente de divórcios. Se a vida em família, historicamente falando, tivesse sido muito boa, a liberdade e os direitos adquiridos pela mulher atualmente não teriam força suficiente para ameaçar a instituição do casamento, como se vê acontecer. Serviriam, esses avanços, ao contrário, para aperfeiçoá-lo, e levar o casal a ter uma vida em comum mais plena, como acontece no meio evangélico, entre pessoas verdadeiramente cristãs. Note-se, entre as verdadeiramente cristãs e não apenas evangélicas denominacionais. Entre aqueles casais que pautam sua vida pela palavra de Deus, que exorta os maridos a amar as suas mulheres como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:25). E diz mais: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja.”[28b e 29].
Precisa dizer mais alguma coisa?










quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

PROJEÇÃO

                                O OLHAR MASCULINO
                                                                                Rachel Winter

Quando será que todos os homens - que se dizem cristãos –reconhecerão plenamente o direito de a mulher exercer o ministério pastoral? Essa pergunta se impõe ao observar-se a resistência que, até mesmo, alguns pastores demonstram ao não aceitarem ou permitirem que a mulher ocupe o púlpito da igreja. Parece que eles não se deram conta de que foram as mulheres as encarregadas de anunciar a ressurreição de Cristo, e de maneira gloriosa essa missão foi-lhes dada pelo próprio Senhor Jesus, no momento que se seguiu à Sua ressurreição. Glória a Deus! Daí, outra pergunta: será que esses homens entendem mais a respeito do lugar ocupado pela mulher no mundo espiritual do que Jesus? Nesse sentido é oportuno observar o que diz o apóstolo Paulo sobre os que são de Cristo, em Gálatas: 3: 27 e 28: “Porque todos os que fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.
Ao que parece, os homens que se mostram preconceituosos e contrários à atuação das mulheres como pastoras, realmente, não possuem ainda a mente de Cristo, condição própria daquele que, nascido de novo, está revestido do poder e da visão de Deus. Jesus escolheu aquele grupo de mulheres, revestidas de seu espírito, para levar a mensagem da ressurreição quando disse a Maria Madalena: “Mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto” (João 20: 17b e 18). De modo que sendo as mulheres cristãs membros do corpo de Cristo, e filhas de Deus, tanto quanto os homens cristãos, possuem, como estes, o mesmo direito de pregar o Evangelho, prova disso foi a atitude de nosso Salvador, confiando-lhes aquela missão divina.
O teste de Madalena – Se perguntarmos, não somente aos homens, mas até mesmo às mulheres, o que lhes vem à cabeça quando se fala de Maria Madalena, a resposta é imediata: Ela foi aquela “pecadora” de quem Jesus expulsou sete demônios. Pura verdade, sem dúvida.
Contudo, seu pecado não teve nada a ver com prostituição, como a maioria das pessoas pensa. Na Bíblia não há qualquer palavra que indique isso. E mais, raramente lembram-se do mais importante na sua vida que foi o fato de ter sido a primeira pessoa a encontrar-se com o Cristo ressurreto. Ô glória! As pessoas não costumam dar destaque a esse acontecimento que revela a elevada estatura espiritual de Maria Madalena. Será que perante os cristãos ela já foi plenamente redimida de seu passado, como o foi perante Jesus Cristo? Ao tecer essas considerações, falamos daquilo que todos já sabem, ou seja, da tendência humana de olhar através dos olhos da carne sempre prevalecendo sobre o olhar através dos olhos do espírito. Mas, todo tempo é tempo de clamar a Deus pelo aperfeiçoamento de nossa mente e do nosso coração. 
Projeção da fêmea – Em Psicologia, é chamado de Projeção o ato de projetar nos outros os nossos próprios sentimentos ou impulsos, e de achar que a outra pessoa, alvo dessa projeção, está sentindo ou desejando o mesmo que nós. (Observe-se, nesse sentido, os casos de homens que atacam sexualmente as mulheres e costumam afirmar que elas estavam se “oferecendo”). A palavra projeção é usada para esse fenômeno, pois ele assemelha-se à projeção de um filme numa tela. Os sentimentos são como que fotografados e lançados sobre a outra pessoa como se a outra pessoa fosse a tela. Os homens – ainda que do meio evangélico - que insistem em “ver” a mulher apenas como fêmea, não conseguem entender que ela possui um espírito, o qual foi salvo e liberto de todo o pecado por Cristo, então costumam projetar a sua própria concupiscência, os seus desejos carnais na figura feminina. Através desse olhar caracteristicamente masculino, eles projetam sua lascívia, observando “caras e bocas” e acabam concluindo que a mulher é apenas um ser sensual, capaz de os induzir ao pecado. Realmente, diante desse retrato – feito por eles em suas próprias mentes - no qual se destacam apenas as características físicas femininas, fica difícil aceitar que a mulher ocupe o púlpito. Repetimos, através desse olhar lúbrico masculino a espiritualidade da mulher fica, na mente desse homem, escamoteada, surrupiada, como se não existisse.  Mas, com certeza, não é assim que Jesus Cristo vê a mulher. Logo, ao entrarem num lugar sagrado como é o templo do Senhor, ou quando tratarem de assuntos a ele relacionados, os homens, contrários à atuação feminina nos púlpitos, devem antes procurar o discernimento espiritual sobre esse assunto, uma vez que: “O homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”. (1ª Aos Coríntios 2:14).
Autoridade do marido – Um fator bastante polêmico, quando se trata do direito da mulher de dirigir uma igreja, é que dentro do lar, a autoridade deve ser exercida pelo marido e não pela mulher. Segundo a palavra de Deus, em Efésios 5: 22, lemos: "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido como ao SENHOR; porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo."  Neste texto observamos duas espécies de autoridade bem distintas e que não podem ser confundidas entre si, como sendo uma (a do marido) a extensão da outra (a de Cristo). Nessa passagem bíblica há apenas uma comparação entre as duas. De maneira bem simplificada, pode-se entender o seguinte: o marido (cristão) manda na sua casa e Jesus Cristo manda na Igreja. A Bíblia está falando da autoridade terrena do marido e da autoridade espiritual de Jesus Cristo. Em contraposição, em nenhum trecho da palavra de Deus vemos que a mulher deva ser submissa ao marido no sentido espiritual. Jamais a Bíblia afirmou que o espírito do marido tem autoridade sobre o espírito da mulher. Por conseguinte, de sua vida espiritual ela só tem que dar contas a Deus. Se em casa deve submissão ao marido (no caso de ser o marido pessoa de bem, servo de Deus, e não um bandido), na igreja ela pode exercer o papel de líder espiritual, sem constrangimento algum, e sem que isso signifique qualquer tipo de rebeldia conjugal - pois a própria palavra de Deus a apóia quando afirma sermos todos “um em Cristo Jesus”. Perante Deus, não há barreiras de posição social, nem de religiosidade e muito menos de sexo, o que importa é estar sob a graça de Jesus Cristo para poder divulgar a sua mensagem.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                    MÁRTIRES CRISTÃS
O relato da perseguição aos cristãos, após a ascen­são de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser melhor conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silên­cio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu heroísmo. Porque tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tor­tura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bí­blia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do tú­mulo de Jesus.
Será que não temiam ser apontadas como perten­centes ao grupo dos seus seguidores? Visto que, dificilmente os que crucificaram a Jesus deixariam em paz seus seguidores, mormente estes anunciando a ressurreição de seu mestre. Desabou sobre as cabeças dos discípulos e das discípulas a perseguição já prevista por Jesus, primeiro por prisões, ameaças e, logo depois, pela própria morte.
Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cris­tãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se ob­servar que a perseguição não se restringia apenas aos ho­mens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando ho­mens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)
Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atin­giu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenha­ram um papel tão vital que sofreram perseguição junta­mente com os homens. Ele amplia suas considerações a respeito das duas passagens bíblicas declarando:
Isto deve deixar implícito para os leitores de Lucas que as mulheres tinham bastante significado, em núme­ro e/ou importância para a causa do Caminho, a ponto de Saulo pensar que não podia acabar com o movimento sem prender tanto homens como mulheres.
É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinago­gas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Cons­tantino descriminalizou o cristianismo, o governo de Roma, também, resolveu estender seus tentáculos, em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição. Não se pode afirmar, contudo, que todos os imperadores ro­manos perseguiram os cristãos com o mesmo grau de crueldade e intensidade. A História aponta o ano de 64 como o do início da grande caçada ao povo de Deus, pe­los romanos, em sequência à perseguição movida pelos judeus. É relatado, ainda, que Nero, imperador romano, após atear fogo em Roma, jogou a culpa sobre os cristãos transformando-os em inimigos de Roma. A questão, na­quele momento, não foi a de uma política de oposição ao cristianismo como tal. Os cristãos serviram, simples­mente, como bode expiatório para os surtos de loucura do imperador.
Sob o governo de Domiciano a perseguição tor­nou a recrudescer quando corria o ano de 95 d.C. E, no governo do imperador Trajano, (meio século depois de Nero) pertencer ao cristianismo passou a configurar-se um crime. As pessoas acusadas de integrar o movimento cristão, no momento em que eram julgadas, ao confessa­rem a sua fé, sem querer abjurá-la, eram sumariamente condenadas à morte. Até o segundo século, ser cristão podia significar prisão, tortura e morte.
A situação piorou ainda mais, de 303 em diante, quando os templos cristãos foram destruídos e os livros sagrados queimados; no ano 304, foi decretado a todos os cristãos que, se não renegassem a sua fé, seriam su­mariamente condenados à morte. Era abjurar ou morrer, impasse que teve a duração de sete anos, época que an­tecedeu o anúncio do Édito de Tolerância, em 311. Fi­nalmente, no governo de Constantino, o primeiro impe­rador cristão, o pesadelo teve fim. Por meio do Édito de Milão, (ano 313), o cristianismo foi reconhecido como religião oficial em todo o território romano.
Em referência ao papel da mulher durante os sécu­los de perseguição à Igreja, devemos concordar com João Crisóstomo que, em sua Homilia nº XXXI, declara:
As mulheres daqueles tempos eram mais corajosas que leões, compartilhando com os apóstolos seus labores por amor ao Evangelho. Dessa maneira, viajavam com eles e desempenharam todos os outros ministérios.
Acrescentemos que compartilharam de seus martí­rios sendo encarceradas, torturadas e, muitas delas, mor­tas da mesma maneira como eles foram.
Casos de mulheres martirizadas por sua fidelidade a Cristo, podem ser extraídos da História Eclesiástica, de Eusébio de Cesareia. Um deles fala da admirável reação de uma jovem escrava, chamada Blandina ao enfrentar os carrascos que puseram fim à sua vida:
Essa moça foi torturada e depois suspensa num poste, presa às feras, mas estas não a molestaram. Após os chicotes, as feras, a grelha, puseram-na numa rede, para ser atirada a um touro. Lançada ao ar várias vezes pelo animal, não sentia mais nada, envolta na esperança das recompensas prometidas, entregue à sua conversão com Cristo. Finalmente, degolaram-na e os próprios pagãos confessaram que jamais, entre eles, mulher alguma padecera tanto em tão cruéis sofrimentos. (CONTINUA).


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

ANO NOVO

                                            FELIZ 2016

A TODOS OS QUE VISITAM ESTE BLOG E AOS SEUS SEGUIDORES DESEJO UM ANO NOVO REPLETO DAS BENÇAOS DE DEUS EXTENSIVAS AS SUAS FAMÍLIAS. E QUE O SENHOR CONFIRME O TRABALHO DE SUAS MÃOS DANDO-LHES GRANDE PROSPERIDADE. E A PAZ DE DEUS, QUE EXCEDE TODO O ENTENDIMENTO, GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES E OS VOSSOS SENTIMENTOS EM CRISTO JESUS. (FILIPENSES 4.7).