domingo, 11 de outubro de 2015

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                ANTAGONISMO ENTRE A MULHER E O HOMEM
Com a entrada do pecado no mundo surge o antagonismo, não somente entre o homem e a mulher, mas a separação entre as pessoas configurando-se na estratificação social e racial: judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher todos vivendo em conflito sob o peso da Lei.
O Novo Testamento, porém, vem trazer boas notí­cias, de um novo tempo, agora, não mais de separação mas de união da nova humanidade em Cristo:
A perspectiva da fé, do batismo e da filiação divina, a insistência sobre o fato de que os batizados se reves­tiram do Cristo, mostram qual é o horizonte de todo o desenvolvimento - é a descrição da humanidade nova, re­generada em Jesus Cristo. A humanidade antiga, subme­tida à dominação do pecado, estava dividida em grupos antagônicos. Essas causas de cisão são superadas graças ao Cristo, que refaz sua unidade.
Os efeitos da criação dessa nova humanidade, re­generada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da li­berdade individual dos cristãos. As boas novas do Evan­gelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a socie­dade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se vê nas cartas aos Gála­tas (3.27) e aos Colossenses (2.12).
Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religio­sa, ao serem quebradas as barreiras que separavam ju­deus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher al­cançou sua liberdade como ser humano.
Se recorrermos à História, veremos que a escravi­dão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escra­vas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escraviza­das no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de pro­priedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.
Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior de­les – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à socie­dade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).

A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance béli­co. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagra­dora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva esca­tológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (CONTINUA).

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