terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)


                          EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO (3)

                                          DEUS DOADOR
Rachel Winter

 Mesquinhez é característica própria do ser humano. Muito conhecida de todos nós, manifesta-se nas relações sociais, comerciais, políticas e até familiares. Um quer ser mais rico do que o outro, mais bonito, mais talentoso e, para alcançar esse objetivo cultiva a mesquinhez e a avareza, chegando muitas vezes às raias do crime. Assemelham-se a morcegos sugando o sangue das pessoas. Nossa sociedade brasileira é estruturada na mesquinhez. No comércio, em especial nos Bancos, a exploração é flagrante e escandalosa, juros bancários são os maiores do mundo; na política é catastrófica, o povo morre nos corredores dos hospitais públicos porque o dinheiro que deveria mantê-los em boas condições é roubado por alguns políticos e empresários  desonestos. Triste, muito triste, quando atinge as relações familiares e a dos cristãos de diferentes denominações – irmãos contra irmãos!

Por todos esses motivos é muito difícil para a mente humana conceber Deus como doador e galardoador. Significando, que galardoar é dar prêmios por trabalho relevante. Entretanto, Deus nos oferece galardão gratuitamente, mesmo sem merecermos. Estamos, neste caso, referindo-nos às coisas espirituais, a começar por sua maravilhosa graça, que é favor imerecido, entre as demais bênçãos espirituais incontáveis. Jesus Cristo marca o ápice dessa característica divina. Pois, veio dar Sua vida para nos livrar da morte espiritual e ressuscitar para que com Ele ressuscitemos para a vida eterna.

Mas, por sermos espírito, alma e corpo, O SENHOR não iria ser incompleto ao nos abençoar, ainda que muitas pessoas, até mesmo cristãs, pareçam acreditar que somos somente espírito.

Muitas críticas são dirigidas às igrejas neopentecostais por enfatizarem as promessas divinas relativas às bênçãos de caráter material; promessas que são claramente descritas na Bíblia ou de cujos exemplos bíblicos podemos concluir nesse sentido.

Daí, a pergunta: o menino Jesus era menino de rua? Maria e José viviam na miséria? Fica muito claro, na Palavra, que os reis magos trouxeram para presentear o menino, ouro, incenso e mirra. Do valor do ouro nem precisamos falar, quanto à mirra, era de altíssimo preço e quanto ao incenso não deveria ser produto de pouca monta. Certamente, o valor dos mesmos deu para sustentar o menino na sua infância. Na idade adulta, quando de seu ministério terrestre, os relatos bíblicos mostram que havia pessoas que o sustentavam, especialmente mulheres de alta posição social como se vê em Lucas 8.1.

Nesse sentido, é interessante observar que o Pai não determinou que Jesus fizesse voto de pobreza e andasse “mendigando o pão” pelas estradas. Mas, por assim dizer, providenciou um “staff” para ajudá-lo financeiramente, entre o qual muitas mulheres, algumas de alta posição social como Joana, esposa de Cuza, administrador da casa de Herodes (Lucas 8.3), assim como providenciou, para os dias de hoje, que cristãos sustentassem a Igreja com os dízimos e as ofertas alçadas, como no passado, “para que não falte mantimento em minha casa”. E que os cristãos fossem abençoados com toda espécie de bênçãos, inclusive as de cunho material “e comprovai com vossos próprios olhos se não abrirei as janelas do céu, e derramarei sobre vós tantas bênçãos, que nem conseguireis guarda-las todas.” (Malaquias 3.10 – Trad. Da bíblia KG).  Observando que em nossa relação com Deus tem de haver reciprocidade e equilíbrio. Porquanto em nenhum lugar está escrito na Palavra que devemos viver das migalhas que caem da mesa dos ímpios nem, tampouco, que devamos idolatrar o dinheiro e as riquezas. Jesus também acrescenta que não devemos fazer como os fariseus que davam o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas, desprezavam o mais importante da lei, a justiça, a misericórdia e a fé - “deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas.” (Mateus 23.23).

A Bíblia está repleta dos exemplos da capacidade doadora de Deus, e de Sua bondade, como nosso Pai que verdadeiramente é. Vejamos, apenas alguns desses exemplos, pois, estamos falando da própria terra da Promessa, da Palavra de Deus e sua vastidão:

“Dai e vos será dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo.” (Lucas 6. 38).

“Se vós estiverdes em mim, e a minhas palavras estiverem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.” (João 15. 7).

“E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João 14.13).

 Não podemos delimitar tais promessas somente ao nível espiritual. Está claro que este vem em primeiro lugar. Mas, o nível material não foi esquecido por Deus em nosso favor. No Antigo Testamento, em Provérbios, diz que “prosperidade é dom de Deus”. 

...”E fará descer a chuva, a temporã e a serôdia, no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares transbordarão de mosto e de óleo.” (Joel 2.23b). Abundância ou cesta básica? A Palavra santa e poderosa de Deus opta pela abundância.

“E comereis fartamente, e ficareis satisfeitos, e louvareis o nome do SENHOR, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente; e o meu povo não será mais envergonhado.” (Joel 2. 26).

Jesus além de alertar sobre o dízimo, que deveria ser completo, pois, além de monetário, não descartaria a justiça, a misericórdia e fé; sublinha, também, o alto valor das ofertas dadas com amor. É o que vemos no episódio registrado em Lucas 21.2 quando, no templo, Ele observava as pessoas depositarem suas ofertas no gazofilácio: ”Percebeu também que uma viúva pobre ofertou duas pequenas moedas judaicas. E exclamou: “Com toda certeza vos asseguro que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos eles juntos.” (Trad. Bíblia KG). Por que Jesus fez essa observação? Porque os outros deram do que lhes sobrava e ela, de sua extrema pobreza, deu tudo o que possuía.

Todas estas observações visam responder às críticas levianas das pessoas que costumam acusar as igrejas neopentecostais de “barganhar” com Deus. As pessoas, pela mesquinhez entranhada em suas mentes e corações, não entendem que Deus é o Pai das misericórdias e demonstra Seu amor inexplicável por nós derramando bênçãos incontáveis sobre todos os que o amam e o glorificam. Ao contrário do ser humano, Deus que que tenhamos uma vida plena.

Quanto à acusação de que os neopentecostais não conhecem a Bíblia e que são incultos é uma generalização muito leviana por não levar em conta dois dados. Primeiro, sobre qual era a situação dos discípulos de Jesus Cristo. Segundo, por parecer ignorar o que seja a unção de Deus, o verdadeiro poder do Espírito Santo, sob cuja bandeira caminham os neopentecostais.

Quanto à situação dos primeiros discípulos escolhidos por Jesus, todos sabem que a maioria era inculta, e alguns simples pescadores. No entanto, vale observar o que disseram de Pedro e João quando estiveram no Sinédrio, diante dos sacerdotes, do capitão do templo e dos saduceus: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam (se admiraram); e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus.” (Atos 4.13). Sob o poder do Espírito Santo, o ser humano faz maravilhas. Ou melhor, Jesus Cristo faz maravilhas, é Ele quem capacita e não necessita escolher os capacitados. O que não quer dizer necessariamente que os capacitados, os cultos, os teólogos, os doutores sejam desprezados por Deus. Ele não faz acepção de pessoas; e no quesito cultura não seria diferente, pois, Paulo e Lucas, entre outros, são exemplos disso. Jesus Cristo escolheu Paulo, dono de grande cultura, falava oito línguas, conhecia toda a Lei mosaica, e muito mais, para levar o Evangelho aos gentios e ser um dos maiores escritores do Novo Testamento. E Lucas, era médico e é autor do Evangelho que leva seu nome e do livro de Atos dos Apóstolos; entre os cristãos era chamado de “o médico amado”.

Duas observações finais: Se existe entre os neopentecostais alguns Pastores que por vezes não mostram muita sabedoria, isso não quer dizer que em outras denominações não aconteça o mesmo. Não se pode tomar o particular e generalizá-lo.

Para finalizar, penso que seria esperado, da minha parte, no intuito de defender os neopentecostais, atacar as outras denominações, históricas ou pentecostais. Mas, de forma alguma agirei desse modo, tenho o maior respeito e carinho pelos irmãos das diversas denominações e creio que somente Jesus Cristo poderá apontar as fraquezas de cada uma das igrejas, como fez em Apocalipse, ao escrever a Carta às Sete Igrejas da Ásia. Lembrando que dali, certamente, vem inspiração para todas as denominações realizarem sua autoanálise. A Deus seja a glória!

 

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