domingo, 18 de janeiro de 2015

EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO


EM DEFESA DO NEOPENTECOSTALISMO

                                                                                                 Rachel Winter

Não vou citar nenhum artigo entre os diversos que costumam criticar o Neopentecostalismo, porque todos eles se parecem em sua forma de ataque. São superficiais e, alguns, até mesmo ofensivos. Ainda que afirmem a existência de dois tipos de neopentecostalismo, um bom e outro nem tanto. Ainda assim, todo esse movimento cristão é atingido.

Em primeiro lugar, observemos o respeito à coerência e à lógica que deve haver em qualquer texto. Não é só ir comparando alhos com bogalhos, sem observar o respeito à verdade e à hermenêutica; o qual deve estar presente quando se fala da Bíblia. Porquanto, não faz sentido o uso de comparações superficiais afirmando, por exemplo, que as igrejas neopentecostais não se mantêm fiel à palavra de Deus. Isso é falácia. Argumento frágil demais para ser levado à sério. Porquanto as igrejas neopentecostais estão unidas à mensagem da Cruz, seguindo fielmente tudo que Cristo ordenou. A começar pela prática da Palavra, como o deste trecho: “E ESTES SINAIS SEGUIRÃO AOS QUE CREREM: EM MEU NOME, EXPULSARÃO DEMÔNIOS; FALARÃO NOVAS LÍNGUAS; PEGARÃO EM SERPENTES; E SE BEBEREM ALGUMA COISA MORTÍFERA, NÃO LHES FARÁ DANO ALGUM; E IMPORÃO AS MÃOS SOBRE OS ENFERMOS E OS CURARÃO.” (MARCOS 16. 17, 18). Em quais igrejas vemos essas palavras sendo cumpridas? na prática? – Nas neopentecostais, evidentemente.

Para meditarmos mais sobre o assunto vale observar os trechos bíblicos seguintes:

OS FRUTOS - Mateus 12.3: “Ou dizeis que a árvore é boa e o seu fruto, bom, ou dizeis que a árvore é má e o seu fruto, mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.”

O fruto das igrejas neopentecostais tem sido o melhor e o mais abundante da história do cristianismo. Por seu trabalho, o mundo está tendo conhecimento do Evangelho em ritmo acelerado. A mensagem da Cruz está se expandindo pelo mundo afora e não mais restrita ao âmbito das igrejas, como até pouco tempo atrás, em que as igrejas possuíam número de membros reduzido. Geralmente, eram gerações das mesmas famílias que iam se sucedendo. Sei bem como é, pois, tenho parte da família que está há uns 90 anos na mesma congregação. Enquanto o “Ide” ordenado por Cristo permaneceu em compasso de espera. Para as respectivas famílias isso é uma bênção inigualável, não restam dúvidas, mas, os tempos para o mundo eram maus e havia trevas, e ainda há muito a fazer para dissipá-las.

A primeira aparição da Palavra na televisão foi por meio de uma igreja neopentecostal. Hoje, já é comum; inclusive outras denominações têm lugar na mídia.

 A FÉ SEM OBRAS É MORTA – “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?” (Tiago 2. 14).

Jesus Cristo afirmou: “Aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas.” (João 14.12).  Essa previsão está sendo cumprida. Aonde? nas igrejas neopentecostais, de maneira gloriosa. Vou dar somente um exemplo, da Igreja Mundial, ministério do apóstolo Valdemiro Santiago. Os próprios médicos quando se deparam com algum doente em estado terminal e, esgotados todos os recursos da medicina e os seus esforços baldados, eles mesmos mandam leva-lo à Igreja Mundial. Sabem que ali é a última esperança. Jesus poderá operar a cura – pela fé. A fé viva em nosso Salvador amado, Jesus Cristo. Fé com obras para glorificar a Deus.

 E a libertação de pessoas que se encontram sob possessão demoníaca? São libertas e encontram a Paz – com letra maiúscula, sim, porque é a Paz que Cristo nos dá. Diferente da precária paz que o mundo ocasionalmente pode dar. Tudo isso faz parte do cotidiano das igrejas neopentecostais.

Frise-se que a Bíblia está se referindo às obras de Deus; àquelas que se chamam milagres. Não se trata de obras humanas, tipo assistência social, e outras. Claro que essas também precisam ser feitas, mas, não pertencem ao nível espiritual. Ainda, diz a Bíblia:

“Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem as obras é morta.” (Tiago 2. 26).

PROSPERIDADE

Outro motivo de ataque aos neopentecostais, tanto por ímpios como por irmãos em Cristo, é a pregação da prosperidade na igreja. Mas, certamente, falta entendimento, da parte deles, da seguinte questão: da prosperidade dos crentes depende a prosperidade da Igreja. Pois, só desse modo é possível cumprir a ordem dada por nosso Senhor Jesus Cristo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”... (Marcos 16.15). De vez que, os crentes prosperando a Igreja prospera. A prosperidade não é apenas para deleite pessoal dos crentes, entenda-se de uma vez por todas, talvez seja preciso desenhar para entenderem, é para a prosperidade da Igreja, portanto, para a glória de Deus. E pelo cumprimento do dever do dízimo o SENHOR nosso Deus, promete abrir as janelas do céu e derramar sobre dizimista “uma bênção tal que dela lhe advirá a maior abastança”. (Malaquias 3. 10). Não são os Pastores que prometem a prosperidade ao dizimista; é o SENHOR.  Eles apenas repetem  a promessa feita por Deus, no texto bíblico. Além do que: ”Prosperidade é dom de Deus.”

Esses críticos, das duas uma, ou são completamente inocentes e totalmente sem noção do quanto se requer para realizar essa tarefa gigantesca, de sair pelo mundo pregando o evangelho, visto que é  preciso dinheiro muito dinheiro. Assim como para manter igrejas com milhares de membros, além do custo altíssimo para o uso de horários alugados nos canais de televisão. Se não for caso de ingenuidade é de má fé. E, por falar em dinheiro na igreja, ou Teologia da Prosperidade, surge uma pergunta a respeito dos grandes servos de Deus, do passado, cujas vidas são descritas na Bíblia. Seriam elespobretões,  mendigos? Qual era a situação financeira, se se pode dizer assim, de Abraão? De Davi, de Salomão, do próprio Jó, antes de ter sua fé testada, e depois quando Deus restitui-lhe tudo o que havia perdido?  A  situação deles, se fossemos transpô-la para os dias de hoje, colocaria seus nomes na lista da Revista Forbes, como os homens mais ricos do mundo.  E, se Jesus Cristo censurou o “moço rico” foi porque ele estava fazendo do dinheiro motivo de idolatria.

Para finalizar, confesso que me sinto desolada com essa luta entre cristãos. Simplesmente inconcebível! Triste. Muito triste. Irmãos contra irmãos! Questão sobre a qual meditar muito porque:  

“Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no Dia do Juizo. Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado.” (Mateus 12. 36, 37). 

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015


                                       CRÍTICAS AOS NEOPENTECOSTAIS:

                                        IRMÃOS CONTRA IRMÃOS
                                                                                    Rachel Winter

 Por que a atuação das igrejas neopentecostais suscita tantas críticas entre os evangélicos das chamadas igrejas históricas? Alvo de verdadeiro bombardeio diário, são acusadas de pregar a Palavra de Deus unicamente para agradar o povo, distanciando-se assim da mensagem essencial do evangelho, além de falarem muito em dinheiro. Acreditam, também, que a teologia da prosperidade foge dos princípios básicos cristãos; dizem, ainda, que os crentes não estão recebendo individualmente a orientação de seus Pastores, como deveriam - entre muitos outros defeitos  apontados.

No entanto, ao apontarem o dedo contra os neopentecostais, os críticos parecem não lembrar do que Jesus Cristo disse, em Marcos 16.15: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” Quer dizer, Cristo não mandou circunscrever a ação evangelizadora da igreja ao âmago da própria igreja, com a atenção voltada para um grupinho de crentes, como aconteceu durante séculos, aqui no Brasil, com algumas igrejas elitistas; cuja membresia, durante dezenas de anos, não passava, de uma centena de pessoas; e seus membros, além de outras preocupações de somenos importância, costumavam primar pela elegância no vestir e pareciam sentir-se tão perfeitos e santos como o fariseu quando, ao orar ao lado do publicano, (Lucas 18. 11), exclamava: "Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano..."

Não estou querendo empequenar o trabalho das igrejas históricas, pois, bem sei que a mensagem primeva do evangelho chegou ao Brasil trazida por essas igrejas. Porém, me refiro especificamente ao caráter elitista que tomaram no país. E, meu objetivo aqui é analisar as críticas que os históricos costumam fazer aos neopentecostais, como foi dito acima e, especialmente, à teologia da prosperidade.

Nesse contexto, indagamos, de que modo patrocinar a expansão do evangelho "por todo o mundo", e sustentar igrejas com milhares, algumas com milhões de membros, através do mundo, como fazem as neopentecostais?

Certamente, Deus já providenciou os recursos fazendo com que as igrejas prosperem, também, materialmente, através da prosperidade dos crentes; o que dá origem a um círculo de progresso material em prol - necessariamente - da expansão do evangelho.

A idéia de uma teologia da prosperidade nasceu em função das circunstâncias atuais, quando as igrejas neopentecostais passaram a arrastar multidões incontáveis para o Caminho, inspiradas pela sabedoria divina, que a tudo provê segundo as necessidades da igreja no decorrer dos tempos. Soluções que a mente humana nem sempre compreende ou acompanha. Causa de estranheza para as outras denominações menos abrangentes. Há, porém, que observar o desenvolvimento populacional - os bilhóes de habitantes que o mundo possui atualmente, aos quais urge pregar o evangelho. Para alcançá-los, meios de comunicação se fazem necessários e Deus já os providenciou, como a televisão, o rádio e a imprensa, bem como meios de transporte eficientes e rápidos. É necessário observar que não são mais doze tribos, apenas, a serem alcançadas, como no início dos tempos. Nem como nos séculos mais recentes, nos quais apenas pessoas das mesmas famílias que frequentavam uma igreja durante oitenta ou cem anos como se via acontecer em muitas das igrejas históricas.

Nem por isso deixamos de lembrar que tais igrejas históricas possuíam missões espalhadas pelo mundo, mas, de âmbito muito limitado em comparação com o trabalho desenvolvido, hoje, pelos neopentecostais.

Aí, surge a questão do dinheiro, causa de tanta polêmica e estranheza entre as pessoas do mundo e, até mesmo, entre alguns cristãos. Observemos que o dízimo é prática secular, existente desde o tempo de Abraão, à qual Deus incentiva e aprova, tal como se vê em Malaquias: 53.10: Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e  depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança. Prática essa confirmada por Jesus Cristo, em Mateus 23. 23, ao comentar que os fariseus davam o dízimo sobre as vendas de suas colheitas, mas, esqueciam do mais importante da lei, que são o juízo, a misericórdia e a fé - porque ambas as coisas deveriam ser praticadas, porque não são excludentes. Não está certo praticar um desses mandamentos e ignorar o outro.

As igrejas neopentecostais estão atraindo milhões de pessoas para o Caminho - Jesus Cristo. No entanto, os históricos opinam que essa massa humana vem em busca da solução para seus problemas pessoais, financeiros, de saúde, de desarmonia na família e outros tantos, e não verdadeiramente interessada em converter-se a Cristo.

Em certa ocasião, Jesus Cristo afirmou algo semelhante acerca das milhares de pessoas que o buscavam: Na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. (João 6. 36). Jesus referia-se à multiplicação milagrosa dos pães, que havia realizado, e com a qual alimentou, por duas vezes, a multidão faminta que o seguia no deserto.

Mas, como o Senhor tratou aquelas pessoas? Por acaso, renegou-as? Não! antes ensinou-as sobre o que realmente importa para alcançar a vida eterna, para se chegar a Deus, nosso Pai; afirmando que deviam trabalhar não pela comida que perece, mas, pela comida que permanece para a vida eterna, e, dando-se a conhecer como o Pão da Vida.

Observemos que a multidão estava próxima de Jesus, fisicamente falando, ainda que, a maioria, por  motivos egoísticos e menos nobres, ignorasse a verdadeira identidade de Cristo. Contudo, o primeiro passo que é aproximar-se de Jesus havia sido dado. O mesmo acontece com os  milhões de pessoas que se aproximam das igrejas neopentecostais - muitos, movidos por interesses pessoais, mas, que acabam por conhecer o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, cujo sangue poderoso, derramado na cruz do Calvário, os pode salvar. 

Voltando à questão financeira, será que não dá para entender que pregar para milhões de pessoas, não é a mesma coisa que pregar para algumas dezenas delas? E que são necessárias verdadeiras fortunas em dinheiro para custear essa obra? Não estamos mais no tempo da "eclesia" - ou seja, época em que os apóstolos se reuniam nas casas das pessoas para ministrar a Palavra, em que os gastos da igreja eram menores.

Assim, podemos exclamar, ai de nós sem a teologia da prosperidade, que ensina os crentes a prosperem para que a igreja, também, prospere! a fim de se cumprir o grande mandamento, o "Ide".

Antes de encontrar defeitos nas igrejas neopentecostais, que tal observar, também, os milagres ali realizados? Jesus Cristo disse que pelos frutos conhecemos a árvore. Disse, também: "Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me ao menos por causa das mesmas obras." (João 14. 11).

Vi na tv, certa vez, um Pastor perguntar a respeito dos milagres realizados ,  por meio do apóstolo Valdemiro Santiago, na igreja Mundial: Por que tantas curas? Exclamo: Misericórdia!!! Jesus Cristo não falou a respeito dos sinais que seguiriam aos que crerem? os quais imporiam as mãos sobre os enfermos e os curariam? Além de afirmar que faríamos as mesmas obras que Ele fez e as faríamos ainda maiores?

Tais milagres acontecendo provam que a palavra de Deus está sendo observada em toda a sua pureza e veracidade, uma vez que é Jesus Cristo quem nos dá saúde, nos liberta e nos dá prosperidade. Lembrando ainda que "prosperidade é dom de Deus."

Aos descrentes, o Senhor Jesus disse, em João 14, que poderiam saber que Ele é "um só com o Pai" por causa dos milagres que realizava: "Crede-me  que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras." - concluindo o que dissera anteriormente: " O Pai que está em mim, é quem faz as obras."

Por conseguinte, os grandes milagres realizados nas igrejas neopentecostais comprovam a veracidade da pregação do evangelho, enfim, o respeito pela palavra de Deus. Só não vê quem não quer.

Muito construtivo e oportuno seria se os evangélicos, em geral, colocassem em prática a mensagem do Salmo 133: "Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça...Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre.

 

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

                                       O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO

Na primeira carta aos Coríntios, capítulo 15, o apósto­lo Paulo fala sobre a ressurreição de Cristo, demonstrando como esse fato representa a coluna de sustentação da nos­sa fé. Dentre as veementes considerações sobre o assunto, observe-se a do versículo 17: E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.
Incontestavelmente, a ressurreição aparece como o acontecimento basilar do cristianismo, sem o que, nos­sa redenção “em Cristo” não se realizaria, e o plano de salvação de Deus para a humanidade seria frustrado. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais mise­ráveis de todos os homens (vv.18,19).
Não poderia deixar de abordar neste livro, ainda que de modo esquematizado, o grandioso tema da res­surreição; assunto sempre merecedor de estudo profun­do que possa abranger toda a sua dimensão e mistério. Porém, o desincumbir-se dessa tarefa cabe aos teólogos. Por conseguinte, abordaremos o tema resumidamente, recorrendo às palavras da Bíblia sob a luz da análise exe­gética de alguns abalizados teólogos.
Discorrer sobre a ressurreição de Cristo, interpretá-la e tentar explicá-la tem sido o grande desafio de teólogos e até mesmo de filósofos ao longo dos séculos. Protestantes e católicos têm procurado desvendar-lhe o significado na ânsia de melhor compreendê-lo e de torná-lo mais aces­sível à compreensão popular. Certamente, pelos séculos afora, continuarão a trabalhar nessa tarefa que se liga ao Eterno. Sempre há mais a ser dito, pois o tema caracteri­za-se por ser inesgotável, uma vez que trata da Fonte da Vida que é Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Será que algum dia poderemos atestar o nosso total e completo conhecimento sobre o assunto?
O mistério que envolve a ressurreição de Cristo faz presumir a Sua morte e autentica seu sentido de reden­ção. Morte e ressurreição são acontecimentos insepará­veis – redentores - que se inserem no quadro mais amplo da Escatologia: na parusia, volta gloriosa de Cristo para buscar a Sua igreja. Verdade que é, incontestavelmente, reconhecida e aceita pelas diversas correntes de interpre­tação teológica.
Nunca é demais lembrar, por causa de dúvidas e interpretações bizarras, que a ressurreição de Cristo foi literal e corpórea, não podendo ser vista apenas como espiritual ou simbólica. Haja vista, a Sua atitude, quando ressurreto, ao aparecer aos discípulos dizendo-lhes: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: tocai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. (Lucas 24. 39, 40). Do mesmo modo será a ressurreição dos mortos da qual Cristo foi feito as primícias. (1Coríntios 15.20).
Amor inexplicável - O que a morte e a ressurreição revelam a nós, em seu substrato, continua a ser inexplicá­vel para a inteligência humana, qual seja, o amor de Deus pela humanidade. Revelação que constitui, parece inco­erência, um enigma para o intelecto, porque extrapola o nosso entendimento e compreensão. Ao falar do amor de Deus, nossa inteligência mostra-se frágil em compa­ração com o discernimento espiritual, capaz de apreen­dê-lo melhor. O evangelho de João descreve-o da seguin­te maneira: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16).
Todavia, é preciso transitar, também, pelo univer­so da razão. A inteligência toma conhecimento do fato: Cristo morreu e ressuscitou por nós! Com Ele ressusci­taremos para a vida eterna! Essa vitória é a base da fé cristã e motivo de nossa perene alegria. Mas como é isso? Nesse patamar, o empenho teológico vem desempenhar o seu papel, embora saibamos que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Não obs­tante, o esforço dos estudiosos para explanar o significa­do da ressurreição merece todo o nosso reconhecimento e aplauso - ainda que o tema se apresente dividido por interpretações diversas, o que seria de esperar dada a sua tremenda complexidade e ao seu mistério.
O conhecimento intelectual que, em comparação com a sabedoria que vem do alto (Tiago 3.15), caracte­riza-se por ser limitado, esforça-se tenazmente para ex­plicar o significado do mistério pascal e compreender os seus diversos passos. Nesse embate, surgem diferentes enfoques tanto no meio evangélico como entre católicos. Oportunas são as palavras de Paulo ao afirmar: Porque ago­ra vemos por espelho em enigma... (1 Coríntios 13.12a).
Acentue-se, porém, que em nada as diferenças no modo de pensar a ressurreição, algumas das quais cita­remos a seguir, afetam a fé na certeza de que se trata de acontecimento fundamental para a fé cristã. Sobre essa verdade os eruditos cristãos estudam e trabalham tal qual mineradores em busca de tesouros escondidos.
Não se entenda, porém, que o trabalho de exege­se dos pesquisadores se faça unicamente no nível inte­lectual, apartado da revelação e da unção de Deus. De modo algum, possa entender-se assim. Antes, devemos reconhecer o seu esforço para trazer ao nível da razão as coisas maravilhosíssimas que pertencem ao universo do espírito – até quanto isto seja possível - porque as coisas encobertas são para o Senhor nosso Deus: porém as re­veladas são para nós (Deuteronômio 29. 29a). (Continua).