quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Emancipação feminina e cristianismo

                             EMANCIPAÇÃO FEMININA E CRISTIANISMO

                                                                                        Rachel Winter



Vasculhando as origens dos movimentos feministas, os quais permitiram à mulher sua integração à sociedade, à liberdade na vida profissional e a autonomia no âmbito político, deparamo-nos com sua origem cristã. Há tempos, o cristianismno ousou desafiar o machismo nas leis e nos costumes. A mudança social operada na vida da mulher não se fez de um momento para outro. Foram necessários mais de dois mil anos para que germinassem as ideias e chegássemos à prática, ainda titubeante. Temos muito a agradecer Àquele que marcou o início de nossa redenção social: Jesus Cristo. Foi Ele quem abriu o caminho para que a mulher tivesse voz ativa na sociedade.

Acéfala – Até bem pouco tempo a mulher ainda era considerada legalmente incapaz. Não podia decidir sobre qualquer assunto, nem assinar documento importante sem a aquiescência do marido, ou do pai ou do responsável. Dentro de nossa sociedade predominantemente machista, a mulher era como que apenas "o corpo" para a reprodução da espécie e as mãos para o trabalho doméstico e a criação dos filhos. Só que esse trabalho não era reconhecido em sua tremenda importância para o desenvolvimento social. Estudar não era costume – o que seria até impossível por se tratar a mulher como um ser acéfalo – sem cérebro.

Quanto ao comportamento sexual era necessário ter cautela, porquanto qualquer deslize poderia custar-lhe a vida.

Na época de Jesus Cristo e no período que O precedeu, caso uma mulher fosse flagrada em situação de adultério, a lei ordenava que fosse apedrejada até a morte. Jesus "implodiu" essa lei ao perdoar a mulher adúltera: "E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (João 8. 3-5). Tomando a palavra, Ele disse: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. (João 8.7b). A mulher foi salva. Jesus, voltando-se para ela, disse: Vai-te e não peques mais (João 8.11b).

Como se pode observar, Cristo não aprovou o adultério; a Ele importava salvar uma vida, impedindo o linchamento. E ensinou que não nos compete julgar, uma vez que ninguém está acima do bem e do mal.

Aquele foi o começo da revolução na vida da mulher. Outros momentos viriam propiciados por Cristo em favor do tratamento da mulher como ser dotada de espírito e inteligência e não, apenas, como um corpo para gerar filhos.

Certa ocasião, permitiu que uma mulher ungisse-O com nardo puro, bálsamo de grande valor. E, ao elogiar o ato, causou espanto aos presentes. Mas, afirmou que ela O estava preparando para a sepultura. Ninguém entendeu o que disse. Somente tempos depois saberiam, quando de sua crucificação na cruz do Calvário. Aquela mulher era Maria, irmã de Lázaro, o qual Ele havia ressuscitado.

O fato citado é apenas um exemplo da liberdade de ação e de palavra dadas às mulheres dentro de Seu ministério. Inúmeras participaram ativamente do trabalho dos apóstolos. A própria mãe de Jesus, Maria, e a mãe de Tiago O acompanhavam em suas peregrinações.

O sofrimento das mulheres, tanto quanto o dos homens, O comoviam e as ajudava nas mais diversas situações. Ressuscitou o filho da viúva de Naim, à caminho do cemitério e o devolveu à mãe. (Lucas 7. 11 a 17).

Há também um fato emblemático na vida de Jesus, o qual contraria o ditado machista que dizia "lugar de mulher é na cozinha" e aconteceu quando Ele repreendeu Marta, por estar muito preocupada com o trabalho da casa enquanto Ele falava sobre a palavra de Deus e à qual Maria, sua irmã, dava mais atenção, e observou: Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10.42).

Assim, cabe a pergunta: será que sem o cristianismo a emancipação feminina seria possível? Ou estaríamos até hoje na mesma situação em que se encontram as mulheres muçulmanas e as demais que habitam do outro lado do planeta? silenciosas, enroladas em burcas e sob constantes ameaças de morte por leis cruéis e implacáveis?

Este artigo, inspirado sob a Palavra, foi a semente que deu origem ao livro que escrevi, Mensageiras da Ressurreição.

 

 

 

 

 

 

 

 

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