sexta-feira, 18 de abril de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


               O MISTÉRIO DA MORTE E RESSURREIÇAO DE JESUS CRISTO
                        
                                
Ao falar da morte de Jesus não se pode perder de vista, segundo enfatiza a referida teoria, que Jesus ressuscita Filho de Deus (Atos 13.33) no Espírito Santo (Romanos 8.11). Esse é um ponto chave do mistério pascal, o que implica numa conotação única da palavra morte, e a faz diferir do significado que, comumente se dá à palavra. Jesus não morre simplesmente: Ele morre para o Pai que O ressuscita no Espírito Santo para a eterna glória.

Outra observação de suma importância, destacada pelo teólogo, sublinha o fato de o mistério da morte e do nascimento – páscoa é um nascimento – serem dois aspectos de um único mistério. A própria existência terrestre de Jesus já exibia esses dois ângulos que se fundem em um só, e que são amplamente destacados em diversos livros dos Evangelhos, tais como: Lucas (1.35); Filipenses (2.6-7-8); Hebreus (10.5s); João (12.32) e Atos (13.33).

Ao meditar sobre as questões propostas, a atenção volta-se em direção ao paralelismo com as palavras pronunciadas por Jesus sobre sua morte e ressurreição: Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. (Jo 10.17). Morte e nascimento conotam a mesma realidade, a qual nos remete ao momento em que, na cruz, Jesus exclamou: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E havendo dito isto, expirou. (Lucas 23.46b). No passo seguinte, isto é, na ressurreição, Jesus retoma o Seu mesmo corpo, agora, glorificado; e acerca de Seu espírito - parece clara a conclusão a que o autor nos quer fazer chegar, - o Salvador não viu a corrupção porque o Pai o susteve em Suas mãos, e O gerou para a eterna plenitude. Em conclusão, podemos crer que o Seu espírito não experimentara a morte. Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim – portanto, Eterno e indestrutível - tornar-se-ia em plenitude tudo o que sempre fora: o Filho de Deus no Espírito Santo, finalmente, podendo ter conhecida a sua verdadeira identidade. Não seria mais como no passado, quando proibiu os Seus discípulos de dizer a quem quer que fosse, que Ele era o Cristo. Episódio registrado em Mateus 16.16, diante da revelação de Pedro: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.

Assim como pelo poder do Espírito Santo, o Pai gerou Jesus no ventre de Maria, ao ressuscitá-lO, por esse mesmo poder, devolve-O à Sua real e eterna plenitude. O Filho do Homem retoma sua verdadeira identidade, a de Filho de Deus no Espírito Santo.


Outro aspecto característico dessa teoria é a grande ênfase dada à pessoa e à ação do Espírito Santo no episódio da ressurreição do Senhor. Primeiramente, descreve entre os atributos do Espírito o fato de ser comunhão, santa justiça do amor, (sublinhando que justiça é amor gratuito), e o Espírito da verdade (João 14.17ss). Em seguida, chama atenção observando que o Espírito Santo constitui-se, também, em princípio de coerência para o pensamento teológico – ponto de capital importância dentro dessa teoria.


No Novo Testamento, é bem destacado o registro sobre a ação incessante do Espírito na vida de Jesus Cristo:
O nascimento terrestre precede no tempo, Jesus já é, desde então, o Filho no Espírito Santo: O Espírito Santo virá sobre ti, (Maria) e o poder do Altíssimo (lembrar que o Espírito Santo é o poder de Deus) vai te cobrir com sua sombra, por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. (Lucas 1. 35). Mas os evangelhos da infância não foram escritos somente à luz da Páscoa, o acontecimento relembrado fazia parte também do mistério próprio à páscoa de Jesus, constituía uma réplica antecipada do nascimento em plenitude, segundo o Espírito Santo. Em sua chegada à terra, preparava-se o mistério que iria surgir, semelhante à aurora, cuja luz é a do sol, embora ainda escondido por detrás do horizonte. Os anos terrestres de Jesus apontavam para o começo, atraídos para o nascimento pleno.

A santidade de Jesus, na ação redentora, recebe grande destaque, e é tratada com especial atenção. Pode parecer estranha essa observação, mas, existem outras interpretações teológicas, não mencionadas neste trabalho, que não demonstram tal cuidado. Não refletem sobre a imortalidade do Redentor, necessariamente, inerente ao conceito de Santidade que Lhe é próprio. Desde o anúncio de Seu nascimento, como vimos no citado texto de Lucas 1.35, Jesus Cristo é chamado de Santo. O que isso significa? Quer dizer que Ele é separado, intocável, incorruptível, inatacável pelo pecado. Ao derrotar Satanás, pelo poder de seu sangue derramado na cruz do Calvário, e descer ao Hades, o Seu Espírito não viu a corrupção, por ser imperecível e eterno. No momento que precedeu a sua morte na cruz, Ele entregou o Seu espírito aos cuidados do Pai (Lucas 23. 46b). Nesse embate pela salvação da humanidade não poderia ter sofrido qualquer abalo porque Ele é um com o Pai (João 10.30) e, como o Pai, ETERNO. (Continua).


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