sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição


          
                   LODAÇAL DE IDÉIAS FALSAS SOBRE A MULHER

A humanidade demorou muito para entender a operação de Cristo em prol da libertação feminina. No lodaçal de idéias falsas e dos preconceitos em que se viu envolvida a mulher, é como se o gênero feminino tivesse ficado fora da Nova Aliança; como se Jesus Cristo tivesse vindo para salvar apenas a metade masculina da huma­nidade. Aliás, chegou-se a cogitar que a mulher não teria uma alma imortal, colocando-se em dúvida até mesmo se seria humana. Parece piada, mas, aconteceu no final do século 16. O registro desse debate de mau gosto, ocor­rido em 1595, consta do livro Are Women Human? (As mulheres são humanas? de autoria de Manfred P. Fleischer.

O exemplo de Jesus e do viver cristão, praticado pe­los primeiros apóstolos, não foi suficiente para inspirar os que lhes sucederam em relação à maneira como de­veriam considerar as mulheres. O que, de algum modo, acontece até hoje. O ideal cristão da unidade em Cristo, conforme proclamado em Gálatas 3. 26-28, com a quebra de barreiras entre as pessoas, fosse por questões de tradi­ção religiosa, condição social ou sexo, permaneceu igno­rado pelos sucessores dos primeiros apóstolos no que diz respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Na igreja primitiva o espaço da mulher era respei­tado, seguindo o exemplo dado por Jesus durante o seu ministério terreno. A lembrança do Mestre estava, ain­da, muito viva no coração da comunidade. No entanto, posteriormente, a partir de um determinado momento da História, quando a igreja passou a se organizar como instituição religiosa, a atuação da mulher passou a ser novamente interditada, como no passado remoto, ante­rior a Jesus Cristo. O catolicismo dá essa demonstração, persistente até os dias de hoje. Tem sido impossível furar o bloqueio levantado contra a ordenação ministerial da mulher na Igreja Católica, bem como em algumas deno­minações evangélicas mais tradicionais.

Convém repetir, não foi assim, evidentemente, na época de Jesus, nem nos tempos da ekklesia – o movimento cristão primitivo. Constatação patente ao observarmos o resultado dos estudos realizados por eruditos cristãos. Trabalho de exegese que leva em consideração as injun­ções sociais e o contexto histórico em que se desenvolveu o cristianismo, estudo acurado sobre o relato neotestamen­tário referente à atuação da mulher na igreja primitiva.

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