sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A CALÚNIA

                                                                                            Rachel Winter

Pode haver coisa mais abominável do que prejudicar a vida de alguém por meio da maledicência? Pessoas já foram levadas ao suicídio (evidentemente, não eram cristãs), por causa de danos morais causados por calúnia. E, na vida de um casal, as consequências da difamação podem ser catastróficas. Por dar origem ao ciúme, poderá implodir o casamento, pois vai minando o relacionamento, se os cônjuges não souberem se socorrer da providência divina. É uma pedra no caminho de qualquer pessoa. Aos cristãos atingidos pela calúnia, há o refúgio sob as asas do Onipotente. Ali estarão, certamente, protegidos de todas as suas nefastas consequencias.

Olha o preconceito... - Ao falar desse tema, a primeira coisa que vem à mente, reconheçamos, francamente, é a figura da mulher fofoqueira. Mas, que grande preconceito! Basta observar a baixaria na política, em época de eleições, para se concluir que esse defeito não é exclusivo da mulher. Em cada coração um pecado – não é aquele título de romance – mas descreve bem a realidade. As tramas de alguns políticos, inventando mentiras e caluniando seus opositores mostra como esse mal está bem disseminado entre eles. Em nada, porém, essa constatação vem favorecer as mulheres que são chegadas a uma fofoca. A justificativa de que todo mundo faz isso, também, não serve de desculpa. Principalmente a uma mulher cristã. O bom é que esta se renove e tenha um modo de falar construtivo, voltado exclusivamente para o bem.

Despojar-se do mal – O apóstolo Paulo falando sobre o amor fraternal e a santidade, no capítulo 3, de Colossenses, diz: “Mas agora despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.”

Quem se diz cristã e não se comporta dessa maneira, está se enganando e correndo perigo, pois não se enquadra na seguinte descrição:...”Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem (da velha mulher) com os seus feitos. E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o (a) criou.” [9-10]

Mas, e para os que semeiam o mal, o que acontece? - Como um bumerangue, o mal se volta para eles, e são atingidos em cheio pelas suas conseqüências, mais cedo ou mais tarde. E ai deles, se suas calúnias atingirem uma pessoa de Deus. As pessoas que realmente pertencem ao Pai, estão protegidas pela mesma promessa feita a Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gênesis 12:3). Portanto, todo cuidado é pouco na hora de abrir a boca para comentar sobre a vida alheia.

No Novo Testamento, o apóstolo Tiago no capítulo 3, diz que a língua é um mal incontrolável, cheia de veneno mortal e pode contaminar a pessoa por inteiro. Compara-a com uma pequena fagulha que incendeia um bosque imenso e que pode pôr em chamas o curso de nossa existência, assim como acaba ela mesma incendiada pelo inferno. Diz, ainda, que quem não peca no falar é perfeito e capaz de dominar seu próprio corpo.

Meditar sobre o assunto e pedir ao SENHOR que nos ajude a controlar o nosso falar é a solução para essa perigosa fraqueza humana.

 

sexta-feira, 7 de novembro de 2014


                                    A Soberba Humana e o Aborto


Fico pasma ao ouvir algumas mulheres afirmarem que são donas do próprio corpo. Tais palavras, geralmente, saem da boca de defensoras do direito de abortar gravidez indesejada. Estão muito seguras de poder fazer o que bem entendem. Não observam sequer se voltarão vivas de um procedimento "médico" dessa espécie, principalmente se for realizado em clínica clandestina. E, se voltar viva, quem dará conta da vida que foi ceifada em seu próprio ventre? Da criança que foi impedida de vir à luz?
Além disso, independente de uma situação desse tipo, ninguém sabe sequer quanto tempo vai viver. Todos ignoram qual será o dia em que o próprio corpo - do qual se diz dona - baixará à sepultura para se transformar em pó. Quem sabe o que acontecerá no dia de amanhã? Então, que espécie de poder é esse que, orgulhosamente, proclamam ter sobre o próprio corpo?
Note-se que até mesmo para saber o dia em que nascemos necessitamos da confirmação de outras pessoas, dos próprios pais ou de terceiros. Então, nem mesmo da nossa identidade podemos ter certeza. Certeza absoluta só por exame de DNA. Muita gente ignora que é filho de pais adotivos. Não quero dizer com isso que os pais não sejam confiáveis. Mas, há exceções, como sabemos.
O filósofo Baruch Spinoza classifica esse tipo de conhecimento, obtido pelo "ouvir dizer", como é o caso dos fatos relacionados ao próprio nascimento, entre os chamados Conhecimentos de Primeiro Grau. Em linguagem popular, é como ouvir o galo cantar sem saber aonde.
Verdade mesmo só se adquire pela Palavra de Deus e na Palavra de Deus. Eis que Jesus Cristo disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida." (João 14.6).
E mais: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João 8. 32).
 Ah! se todas soubessem o valor que uma vida tem pra Deus! Pois que somos criados à Sua imagem e semelhança, realmente, pensariam muito antes de tomar a decisão de interromper a gravidez, e abandonariam essa ideia de origem maligna.
ORGULHO E IGNORÂNCIA:
Realmente, dizer que é dona do próprio corpo, demonstra soberba descabida, orgulho tolo e ignorância a respeito do que realmente somos, ou melhor, do que é a natureza humana. Simplesmente pó, ao qual voltaremos após a jornada terrena, e desconhecer que o nosso sustento vital vem de Deus, do sopro divino. E que somente Deus sabe o tempo em que deverá retirá-lo. Não somos donos de nada, - nem dos bens materiais, porque tudo pertence a Deus e apenas os tomamos por empréstimo - muito menos da vida.
Demonstra, principalmente, incapacidade de reconhecer o poder soberano de Deus Criador de todas as coisas. Demonstra, também, falta de temor a Deus - que significa o não curvar-se diante da soberania divina, e não reconhecer a pequenez e insignificância humanas. Não somos donos de nada, repito. Nem sabemos de nada do que concerne à vida - porquanto é dom divino. Portanto, não temos o direito de tocar nela, como no caso do aborto, e impedir uma criança de vir ao mundo.
Segundo dados estatísticos, centenas de mulheres morrem todo ano no Brasil ao recorrerem a clínicas clandestinas ou a pessoas inabilitadas para realizarem aborto. Tragédia nacional, sem dúvida, mas nessas estatísticas são esquecidos os fetos mortos, ou seja, as centenas de crianças que deixaram de nascer, que foram abatidas como um animalzinho qualquer.
Lutar pela descriminalização do aborto, no país, não parece ser a solução ideal, numa época em que a prevenção da gravidez dispõe de tantos métodos. O governo talvez lucrasse mais cuidando da prevenção do que vindo a pagar pelos abortos que seriam realizados pelo SUS, e viesse a distribuir anticoncepcionais de maneira efetiva. E não seria condenado por legalizar o crime de impedir o nascimento de crianças num país em que a população está envelhecendo, mas o número de nascimentos diminuindo.




sexta-feira, 24 de outubro de 2014


                                    OS MÉTODOS SÓRDIDOS DO PT


                                                                                                  Rachel Winter
Não há o que sirva para a presidenta Dilma nesta campanha eleitoral. Note-se que quando a também candidata à presidência da República, no primeiro turno, Marina Silva, não quis rebater as injúrias a ela imputadas por Dilma e seus correligionários e marqueteiros do PT, dizendo que "oferecia a outra face"; Dilma afirmou que a presidência não é para "coitadinhos". Podemos entender, então, que é para os espertalhões? Mas, ela ignora que, aos cristãos, não interessa vencer às custas de métodos sórdidos e de mentiras. A vitória virá no dia certo, transparente e límpida, firmada nas forças do bem e da verdade.

Demonstrou, com essa observação, não entender o significado de não "pagar o mal com o mal" ....... porque agressividade é a arma mais usada por ela própria e pelo partido dos trabalhadores do mal. Recentemente, quando o seu oponente neste segundo turno, Aécio Neves, resolveu contestar os métodos sórdidos usados na campanha eleitoral à presidência pelo segundo turno, ela e seus correligionários afirmaram que ele a estava desrespeitando. Afinal, além de não conhecer os princípios do cristianismo que nos manda "fazer o bem aos que nos perseguem e maltratam", posiciona-se claramente ao lado do mal, torcendo a verdade dos fatos e distorcendo as palavras do candidato Aécio. Afinal, cristãos ou não-cristãos, os políticos têm que respeitar a verdade. Com a mentira esbofeteiam o povo que, ingenuamente, se vê envolvido nas tramas sórdidas do seu partido - o PT. 

Ninguém mais aguenta tanta distorção de palavras em prejuízo da verdade. É do conhecimento geral que a maioria dos votos do PT, atualmente, em Dilma, são de pessoas simples, de baixo nível cultural. Fato comprovado por dados estatísticos. Bastou o Aécio citar esse mesmo fato para distorcerem suas palavras afirmando que ele estava contra os nordestinos, de vez que foi no Nordeste, região onde o número de analfabetos funcionais é grande, uma das maiores votações obtidas por Dilma, leia-se PT. Que mentira deslavada! Ele não desrespeitou os nordestinos, apenas citou dados estatísticos.  (Registro aqui o meu lamento pelo bravo povo nordestino, desejando-lhe um futuro abençoado por Deus, com a paz e o progresso que merecem).

Ou seja, nesta campanha eleitoral, a participação de Dilma foi na linha do mal. Todos viram os ataques com as flechas da mentira e da incoerência durante a propaganda eleitoral. Haja vista, o que foi rememorado nos canais de TV, sobre o passado de Aécio quando governador de Minas Gerais, recebeu elogios de Dilma ao confirmar a ótima atuação dele no referido cargo. Reconhecimento obtido até no exterior. Agora, durante a campanha como ele lhe faz sombra, ameaçando vencer as eleições, Dilma, coerente com os métodos sórdidos do PT, coloca-se novamente na linha do mal, desqualificando o trabalho do grande governador que foi Aécio Neves. E o grande presidente que poderá vir a ser. Deus abençoe o nosso país. Deus salve o Brasil do poder dos trabalhadores do mal. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia."(Mateus 23. 27).


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                            MARIA MADALENA, A APÓSTOLA DOS APÓSTOLOS

Impressiona a tendência humana de se decidir pelo mal. A fama de Maria Madalena, como pecadora – pros­tituta - é uma mostra exemplar da propensão. Não há, no Novo Testamento, uma palavra sequer que a classifique como tal; o que se sabe é que Jesus expulsou dela sete demônios. Na narrativa de Lucas (8.2), ela aparece inclu­ída entre algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades.

Lillia Sebastiani, estudiosa dos textos evangélicos, acredita que se tratava de misteriosos sofrimentos psicos­somáticos. E, em seguida, propõe: Seja qual for a forma de encarar o problema, se deve sempre identificar uma anomalia. Ao que, acrescentamos e sublinhamos não se tratar, necessariamente, de pecados tais como faltas de natureza sexual como a prostituição. A autora conclui: O seu encontro com Jesus marca a realização da harmonia interior e da plenitude pessoal.

A fama de “Madalena arrependida”, invenção hu­mana, atravessou os séculos. Até hoje o seu nome traz à lembrança - dos menos avisados - a figura da mulher pecadora, sobrepondo-se à da mulher liberta e santifi­cada por Cristo. A mulher que teve a suprema graça de ser a primeira a avistar o Ressuscitado, ficou em segundo plano; sua memória permanece à sombra da pecadora, massacrada, ignorada e suplantada pelo famigerado con­ceito que lhe fora imputado.

A mulher, digna de ouvir a voz do Salvador, na­quele domingo de Páscoa, dizendo: Eu vos saúdo! (Mateus 28.9), e de ser encarregada por Ele de levar a mensagem da ressurreição, foi ofuscada na história cristã por uma calúnia. Ignorada por sua santidade, costuma ser lembrada por uma ignomínia que se apegou ao seu nome. Como se o inconsciente coletivo se tivesse embo­tado diante do acontecido no domingo da ressurreição. As pessoas, tudo indica, tiveram dificuldade para assi­milar o milagre representado pela metamorfose experi­mentada por Madalena: de vítima de opressão satânica, redimida por Cristo e elevada ao papel de deuteragonista da ressurreição (João 20. 1-18), ou seja, aquela que ocu­pou o segundo lugar na cena da ressurreição.

Não posso deixar de abrir um parênteses, aqui, a fim de admirar a tremenda lição que se pode extrair des­sa demonstração do poder transformador de Deus; do milagre dos milagres, que é a operação do poder divino para transformar vidas, anunciado por Cristo: O Senhor [...] enviou-me a curar os quebrantados do coração.
A apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos ce­gos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. (Lucas 4.18.19).

Em Maria Madalena cumpriu-se exemplarmente essa palavra. Ela viu-se, sob a maravilhosa graça de Cris­to, liberta de seu cativeiro e de seus opressores espirituais, para viver a experiência que, no domingo de Páscoa, a le­vou a exclamar: Vi o Senhor! e cumprir o seu mandado a fim de avisar aos apóstolos que o Senhor está redivivo e que poderiam encontrá-lO na Galiléia.

“Apóstola dos Apóstolos”, assim ela é chamada por Bernardo de Claraval, erudito cristão, em seu Sermones in Cantica 81. Título extensivo, também, às outras mulhe­res, que a acompanharam na missão de proclamar o que­rigma da Páscoa, denominadas então de Apóstolas dos Apóstolos. (Continua).

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Emancipação feminina e cristianismo

                             EMANCIPAÇÃO FEMININA E CRISTIANISMO

                                                                                        Rachel Winter



Vasculhando as origens dos movimentos feministas, os quais permitiram à mulher sua integração à sociedade, à liberdade na vida profissional e a autonomia no âmbito político, deparamo-nos com sua origem cristã. Há tempos, o cristianismno ousou desafiar o machismo nas leis e nos costumes. A mudança social operada na vida da mulher não se fez de um momento para outro. Foram necessários mais de dois mil anos para que germinassem as ideias e chegássemos à prática, ainda titubeante. Temos muito a agradecer Àquele que marcou o início de nossa redenção social: Jesus Cristo. Foi Ele quem abriu o caminho para que a mulher tivesse voz ativa na sociedade.

Acéfala – Até bem pouco tempo a mulher ainda era considerada legalmente incapaz. Não podia decidir sobre qualquer assunto, nem assinar documento importante sem a aquiescência do marido, ou do pai ou do responsável. Dentro de nossa sociedade predominantemente machista, a mulher era como que apenas "o corpo" para a reprodução da espécie e as mãos para o trabalho doméstico e a criação dos filhos. Só que esse trabalho não era reconhecido em sua tremenda importância para o desenvolvimento social. Estudar não era costume – o que seria até impossível por se tratar a mulher como um ser acéfalo – sem cérebro.

Quanto ao comportamento sexual era necessário ter cautela, porquanto qualquer deslize poderia custar-lhe a vida.

Na época de Jesus Cristo e no período que O precedeu, caso uma mulher fosse flagrada em situação de adultério, a lei ordenava que fosse apedrejada até a morte. Jesus "implodiu" essa lei ao perdoar a mulher adúltera: "E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, e, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (João 8. 3-5). Tomando a palavra, Ele disse: Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. (João 8.7b). A mulher foi salva. Jesus, voltando-se para ela, disse: Vai-te e não peques mais (João 8.11b).

Como se pode observar, Cristo não aprovou o adultério; a Ele importava salvar uma vida, impedindo o linchamento. E ensinou que não nos compete julgar, uma vez que ninguém está acima do bem e do mal.

Aquele foi o começo da revolução na vida da mulher. Outros momentos viriam propiciados por Cristo em favor do tratamento da mulher como ser dotada de espírito e inteligência e não, apenas, como um corpo para gerar filhos.

Certa ocasião, permitiu que uma mulher ungisse-O com nardo puro, bálsamo de grande valor. E, ao elogiar o ato, causou espanto aos presentes. Mas, afirmou que ela O estava preparando para a sepultura. Ninguém entendeu o que disse. Somente tempos depois saberiam, quando de sua crucificação na cruz do Calvário. Aquela mulher era Maria, irmã de Lázaro, o qual Ele havia ressuscitado.

O fato citado é apenas um exemplo da liberdade de ação e de palavra dadas às mulheres dentro de Seu ministério. Inúmeras participaram ativamente do trabalho dos apóstolos. A própria mãe de Jesus, Maria, e a mãe de Tiago O acompanhavam em suas peregrinações.

O sofrimento das mulheres, tanto quanto o dos homens, O comoviam e as ajudava nas mais diversas situações. Ressuscitou o filho da viúva de Naim, à caminho do cemitério e o devolveu à mãe. (Lucas 7. 11 a 17).

Há também um fato emblemático na vida de Jesus, o qual contraria o ditado machista que dizia "lugar de mulher é na cozinha" e aconteceu quando Ele repreendeu Marta, por estar muito preocupada com o trabalho da casa enquanto Ele falava sobre a palavra de Deus e à qual Maria, sua irmã, dava mais atenção, e observou: Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10.42).

Assim, cabe a pergunta: será que sem o cristianismo a emancipação feminina seria possível? Ou estaríamos até hoje na mesma situação em que se encontram as mulheres muçulmanas e as demais que habitam do outro lado do planeta? silenciosas, enroladas em burcas e sob constantes ameaças de morte por leis cruéis e implacáveis?

Este artigo, inspirado sob a Palavra, foi a semente que deu origem ao livro que escrevi, Mensageiras da Ressurreição.

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 28 de setembro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                                     MÁRTIRES CRISTÃS

O relato da perseguição aos cristãos, após a ascensão de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser mais conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silêncio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu caráter heroico. Porquanto tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tortura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bíblia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do túmulo de Jesus.

Será que não temiam ser apontadas como pertencentes ao grupo dos seus seguidores? Visto que, dificilmente os que crucificaram a Jesus deixariam em paz seus seguidores, mormente estes anunciando a ressurreição de seu mestre. Desabou sobre as cabeças dos discípulos e das discípulas a perseguição já prevista por Jesus, primeiro por prisões, ameaças e, logo depois, pela própria morte.

Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cristãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se observar que a perseguição não se restringia apenas aos homens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)

Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atingiu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenharam um papel tão vital que sofreram perseguição juntamente com os homens. Ele amplia suas considerações a respeito das duas passagens bíblicas declarando:

Isto deve deixar implícito para os leitores de Lucas que as mulheres tinham bastante significado, em número e/ou importância para a causa do Caminho, a ponto de Saulo pensar que não podia acabar com o movimento sem prender tanto mulheres como homens.

É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.

Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Constantino descriminalizou o cristianismo, o governo de

Roma, também, resolveu estender seus tentáculos, em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição. Não se pode afirmar, contudo, que todos os imperadores romanos perseguiram os cristãos com o mesmo grau de crueldade e intensidade. A História aponta o ano de 64 como o do início da grande caçada ao povo de Deus, pelos romanos, em sequência à perseguição movida pelos judeus. É relatado, ainda, que Nero, imperador romano, após atear fogo em Roma, jogou a culpa sobre os cristãos transformando-os em inimigos de Roma. A questão, naquele momento, não foi a de uma política de oposição ao cristianismo como tal. Os cristãos serviram, simplesmente, como bode expiatório para os surtos de loucura do imperador.

Sob o governo de Domiciano a perseguição tornou a recrudescer quando corria o ano de 95 d.C. E, no governo do imperador Trajano, (meio século depois de Nero) pertencer ao cristianismo passou a configurar-se um crime. As pessoas acusadas de integrar o movimento cristão, no momento em que eram julgadas, ao confessarem a sua fé, sem querer abjurá-la, eram sumariamente condenadas à morte. Até o segundo século, ser cristão podia significar prisão, tortura e morte.

A situação piorou ainda mais, de 303 em diante, quando os templos cristãos foram destruídos e os livros sagrados queimados; no ano 304, foi decretado a todos os cristãos que, se não renegassem a sua fé, seriam sumariamente condenados à morte. Era abjurar ou morrer, impasse que teve a duração de sete anos, época que antecedeu o anúncio do Edito de Tolerância, em 311. Finalmente, no governo de Constantino, o primeiro imperador cristão, o pesadelo teve fim. Por meio do Édito de Milão, (ano 313), o cristianismo foi reconhecido como religião oficial em todo o território romano.

Em referência ao papel da mulher durante os séculos de perseguição à Igreja, devemos concordar com João Crisóstomo que, em sua Homilia nº XXXI, declara:

As mulheres daqueles tempos eram mais corajosas que leões, compartilhando com os apóstolos seus labores por amor ao Evangelho. Dessa maneira, viajavam com eles e desempenharam todos os outros ministérios.

Acrescentemos que compartilharam de seus martírios sendo encarceradas, torturadas e, muitas delas, mortas da mesma maneira como eles foram. (Continua).

domingo, 21 de setembro de 2014

Amarga Inveja


                                             “AMARGA INVEJA”


                                                                       Rachel Winter
São inúmeros e bem conhecidos os relatos bíblicos que tratam das tragédias originadas por esse sentimento perverso chamado inveja. Basta lembrar que foi a causa do primeiro homicídio registrado na Bíblia; quando Caim matou Abel, porque Deus não se agradou de sua oferta, mas da de seu irmão. (Gênesis 4). Bem se vê, a inveja pode permear qualquer relacionamento, mesmo aquele que deveria ser, por definição, afetivo. Transforma os laços (de ternura...?) familiares ou de amizade em armadilhas que podem ser mortais. E, por incrível que pareça, embaraça até relacionamentos entre mãe e filhos. E o mais assombroso é quando se verifica que esse filho é ainda um bebê! Foi o que se viu, há algum tempo, em Curitiba: uma mãe, de dezessete anos de idade, torturava o seu bebê, de apenas 4 meses de vida. O motivo, segundo suas próprias palavras, era inveja da atenção que a família e as visitas dispensavam à criança. Ela não aguentava ouvi-los dizer diante do berço: Que gracinha! Tão bonitinho! E outras palavras de carinho e admiração pela criança, fazendo a mãe sentir-se em segundo plano.

Não se sabe como a criança sobreviveu, pois já tinha calos em alguns ossos do corpo, que haviam sido fraturados e teriam solidificado mesmo sem atendimento médico, tudo isso causado pelos maus-tratos infligidos pela mãe. Mais chocante ainda é saber, segundo opinião de psiquiatras, que muitos dos crimes praticados com requintes de crueldade são de autoria de pessoas consideradas mentalmente normais – que sabem muito bem o que estão fazendo. No caso da mãe, denunciada por parentes, foi condenada pela justiça a alguns anos de prisão; contudo nesse caso foi considerada pelos psiquiatras como débil mental. Retardada, mas, não louca.

Será que pessoas mais inteligentes não se enquadrariam entre os que têm ciúme dos próprios filhos? – Ciúme e inveja andam de mãos dadas. - Quantos pais manifestam ciúme do filho recém-nascido por causa da atenção que a mãe passa a dispensar à criança! E seriam todos débeis mentais? Certamente que não.

O apóstolo Tiago [3:14-15] discorrendo sobre a inveja, diz: “Mas se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a “sabedoria” que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica.”

Perturbação e perversidade – A sociedade sempre enalteceu a mulher como mãe; ainda que a desprezasse como cidadã e a mantivesse marginalizada como “segundo sexo” - expressão cunhada pela pensadora francesa Simone de Bouveau. A idéia que se fazia da mulher (segundo preconceitos antigos) era de um ser meigo e frágil; mãe por excelência, (tal como se pensa até hoje) ainda que incapaz de dirigir a sua própria vida – incapaz igualmente, dada sua bondade natural, de cometer atrocidades como as praticadas pelos homens, como observamos no decorrer da História e tal como a prática diária nos mostra. Como se vê, idéias permeadas de preconceitos e tabus. É difícil redirecionar esse olhar e reconhecer que a mulher pode ser tão cruel quanto o homem. E que, movida pela inveja, ou por outros sentimentos devastadores, seja capaz de praticar crimes hediondos. Na realidade, para o bem e para o mal, ambos estão em igualdade de condições, tanto o homem quanto a mulher correm paralelos quando se trata de praticar o mal. A bondade ou a maldade independem de gênero. A questão é puramente pessoal, individual.

Educação cristã – Nesse sentido, a educação das meninas merece a mesma atenção que a dos meninos no que se refere à prevenção da agressividade e da violência. Necessita ser alicerçada no amor conforme ensinou e praticou o Mestre dos mestres – Jesus Cristo. É no amor cristão, a verdadeira Rocha sobre a qual deve alicerçar-se qualquer processo educacional. Todas as pessoas precisam daquele ‘conhecimento que vem do alto’, para aprender a crescer como ser humano para não viver num relacionamento dilacerante, animalesco e diabólico com seu semelhante. A mulher – mãe, por natureza – deve reconhecer-se o mais cedo possível como guardiã da vida. Conscientizar-se de seu papel de “depositária fiel” da herança do Senhor, que são os filhos. Sem a direção que nos dá a palavra de Deus, a luta que todos fatalmente têm que travar para vencer a si mesmos será inglória. Sem perda de tempo, deve-se começar na infância o ensinamento para a prática do amor cristão. Uma vez que Deus ama a todos da mesma maneira, sem as exceções baseadas em parâmetros humanos.

O combate à inveja torna-se um dos principais alvos a ser alcançado em se tratando de educação infantil. Para alcançá-lo os próprios pais precisam ser os primeiros a não cultivar esse sentimento

animal e diabólico’, pois, onde há inveja há perturbação e toda obra perversa, como nos adverte o apóstolo Tiago. Outra coisa a ser lembrada é que os filhos são reflexo dos pais.











sábado, 13 de setembro de 2014


                                    
                                        A INTUIÇÃO E A CALCULADORA



                                                                               Rachel Winter



As mulheres sempre se gabaram de possuir intuição, essa capacidade de pressentir um acontecimento ou de conhecer uma pessoa apenas ao vê-la de relance. A intuição feminina seria algo assim como um poder advinhatório, no bom sentido da palavra. Na realidade, é muito mais do que isso, e os homens também a possuem. A intuição é um tipo de conhecimento, reconhecido por grande número de filósofos e arduamente estudado por eles. E o mais importante: é por meio da intuição que chegamos a conhecer a Deus. Mesmo os povos mais primitivos, tateando na dimensão espiritual, têem a intuição da existência de um ser supremo, criador de todas as coisas.

Caminho de ida e volta - Deus, também, se manifesta a nós através de nosso conhecimento intuitivo. Ao nos sentir tocados por uma frase bíblica, recebendo o impacto de sua mensagem - como se fosse direcionada especialmente para nós, para solucionar aquele problema que nos aflige naquele exato momento - essa recepção é realizada através da intuição. Ao contrário do conhecimento racional, científico e matemático que só se processa no nível da razão e com métodos comprobatórios.Tanto é que o filósofo francês Blaise Pascal, inventor da calculadora e da roleta, criou-as para provar que cálculos matemáticos, operações racionais, portanto, poderiam muito bem ser executados por uma máquina. O conhecimento de cunho espiritual, bem como o próprio conhecimento de Deus (pois Deus é espírito) seria possível somente através de outro canal cognitivo (do conhecimento), ou seja, o da intuição.

O coração tem razões... - Daí, a frase: o coração (a intuição) tem razões que a própria razão desconhece. De vez que, através somente da razão, é impossível chegar-se a Deus. As mulheres podem continuar se vangloriando dessa sua capacidade de conhecer através do coração. O saber lógico, racional e científico é maravilhoso para as coisas terrenas. Mas possui fôlego curto por esgotar-se na dimensão material. Quando estruturada somente na razão, a pessoa torna-se limitada porque deixa de lado a sabedoria divina revelada pela palavra de Deus. Limita, também, o seu destino pois “a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada).”(João 10:35).

domingo, 7 de setembro de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                          
                                    A PROIBIÇÃO DE ENSINAR
A interpretação equivocada das palavras de Paulo, registradas em 1 Timóteo 2.11-13, no sentido de proi­bir a mulher de ensinar na Igreja, tem impedido a sua caminhada em direção ao púlpito, segundo a teoria dos igualitários. A carta paulina exorta: A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o ma­rido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi for­mado Adão, depois Eva.

Como devem ser interpretadas tais palavras?

A explicação dos eruditos sobre os versículos 11 e 12, e bem explanada por Stanley Grenz, faz menção à luta da Igreja contra os falsos mestres e à propagação de heresias no meio cristão, entre os efésios:

As mulheres de Éfeso eram suscetíveis ao engano dos falsos mestres e ao envolvimento na propagação de crenças heréticas. Assim sendo, o apóstolo ordenou a es­sas mulheres que se abstivessem de ensinar e aprendes­sem respeitosamente com os verdadeiros professores.

Essa ordem, bem como a outra dirigida às mulheres da cidade de Corinto, para que evitassem falar na Igreja, seria uma proibição temporária porque dirigida a um grupo específico de mulheres. Ironicamente, ao comba­ter doutrinas heréticas, o apóstolo tornou-se ele próprio vítima - não de crenças heréticas - mas, de interpretações falaciosas, que vieram a repercutir sobre a sua memória, fazendo seu nome passar à História associado ao machis­mo e à misoginia.

Estudiosos apontam uma contradição na interpre­tação daquelas palavras do texto de Efésios, causadoras de milenares polêmicas, contrapostas à maneira como Paulo aceita e enaltece o trabalho das mulheres cristãs. O texto de Romanos 16 é, especialmente, apontado como prova dessa realidade favorável às mulheres, no qual o apóstolo dá mostras de reconhecer a autoridade de mui­tas delas na propagação do Evangelho. (Romanos 16.7). Basta observarmos alguns dados bíblicos sobre o assunto, tais como o fato de Paulo ter aceitado trabalhar ao lado das mulheres cristãs, sem discriminá-las, antes, enalte­cendo efusivamente o trabalho que realizavam na obra missionária, isto é, a proclamação da Palavra e ensino com autoridade. O relato de Atos 18.26, dá um exemplo inconteste a esse respeito, ao mostrar Priscila, ao lado do marido, Áquila, instruindo Apolo. Sobre o mestrado de Priscila falaremos mais adiante no capítulo de Atos das Apóstolas.

Febe, Lídia e tantas outras conforme relata o Novo Testamento, foram dignas de sua confiança a ponto de o apóstolo deixar em suas mãos a direção de igrejas funda­das por ele. Com grande insistência, Paulo pedia à Igreja que o acompanhasse no reconhecimento às discípulas (Romanos 16) pelo trabalho inestimável que realizavam.

Ele trabalhava lado a lado com elas – tal como ao lado dos discípulos - aceitando, inclusive, e de bom grado, que o ajudassem no custeio de suas viagens missionárias. Foi, também, na casa delas que muitas vezes abrigou-se ao sair da prisão, pois, à época, os cristãos sofriam inten­sa perseguição. Ser prisioneiro, era quase uma rotina na vida do apóstolo, tanto que Paulo se intitula, em algumas de suas cartas, prisioneiro de Jesus Cristo (Efésios 3.1; 2 Timóteo 1.8; Filemom 1. 1,9). Em meio às suas tribula­ções, o apoio feminino não lhe faltou.

Como suas cooperadoras, será que as discípulas es­tavam impedidas de ensinar?

Pelo visto, segundo evidências, a mulher exercia, sim, o mestrado, fato aceito por teólogos igualitários que interpretam a proibição de Paulo como sendo de caráter temporário, destinada a resolver problemas mo­mentâneos enfrentados pela igreja de Éfeso. Urgia livrar a congregação da influência nefasta das crenças heréti­cas, as quais estavam sendo disseminadas por aquele gru­po de mulheres suscetíveis ao engano dos falsos mestres. O apóstolo as exorta, então, a ouvir os seus maridos, certamente cristãos, e não darem mais ouvidos aos falsos mestres. Assim entendido, o texto de 1 Timóteo não entra em contradição com o de Romanos 16. Sua interpretação superficial e falacio­sa sim, é a responsável pela polêmica que, até os dias atuais, repercutem de maneira negativa na Igreja, impedindo a mulher de exercer os seus direitos cristãos.

Vêm contribuir, ainda, para elucidar a questão ou­tras opiniões abalizadas de teólogos:

As mulheres devem ser calmas, controladas, res­peitando e confirmando seus professores, em vez de exer­cerem autoridade autocrática que destrói suas vítimas. Paulo não está aqui proibindo as mulheres de pregar, orar e de exercer uma autoridade edificante, nem de pastorear. Está simplesmente proibindo que elas ensinem ou usem sua autoridade de maneira destrutiva. (Continua).

sexta-feira, 22 de agosto de 2014


              Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição               
                         CALVINO E A LIBERDADE DA MULHER?...

 Ao pensar em liberdade, são bem lembradas e opor­tunas as palavras de João Calvino, teólogo e um dos Refor­madores do século 16, quando tratou da liberdade cristã, em um sentido amplo, ou seja, para toda a humanidade:

“Cristo, o libertador, libertou a humanidade caída na escravidão do pecado e na escravidão das Instituições humanas tirânicas que usurparam a soberania de Deus. Para Calvino, a liberdade cristã se realiza dentro da hu­manidade restaurada como sinal da presença do reino de Cristo já, no meio de um mundo caído.”

Pode parecer estranho citar Calvino neste livro que pugna pela autonomia do gênero feminino, uma vez que ele não se alinha entre os defensores do feminismo. Paradoxalmente, porém, suas ideias dão grande ênfase à liberdade cristã – na qual, evidentemente, a mulher se acha incluída. Nesse sentido, vale a pena encarar o paradoxo e, de posse dos seus conceitos emitidos na fra­se acima, olharmos para o outro lado do mundo, para o Oriente Médio e diversos países asiáticos, onde o impé­rio das leis criadas por “instituições humanas tirânicas” se mostra em plena efervescência ainda hoje. Convenha­mos que, se há um universo onde a soberania de Deus foi ensombrecida por leis humanas perversas e tirânicas esse universo é o das mulheres muçulmanas, chinesas e in­dianas, só para citar alguns exemplos. Nada muda há in­termináveis séculos para esses povos. Nenhuma abertura se faz na legislação que permita às mulheres respirar um pouco do ar puro da liberdade, à qual todo ser humano tem direito.

Na evidência das palavras e atitudes de Jesus Cristo, livrando do sofrimento e da opressão as mulheres que foram ao Seu encontro ou cruzaram Seu caminho, firma­mos nossa certeza de que a vitória de todos os movimen­tos em prol da emancipação feminina, derivam daquele primeiro impulso libertador por parte Daquele que veio em nome do Senhor. Como contraprova dessa realidade podemos observar a condição de escravização em que se encontram, até hoje, as mulheres nos países não alcançados pelo cristianismo. O tempo parece não ter passado, a estagnação no universo feminino é total e o jugo sobre elas, férreo. (Continua).

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

A BÍBLIA, OBJETO DE DEBOCHE NA MÍDIA BRASILEIRA


        A BÍBLIA, OBJETO DE DEBOCHE NA MÍDIA BRASILEIRA

        Rachel Winter

Um indicativo do nível moral e cultural de um povo, sem dúvida, é a mídia. No Brasil, em especial os canais de televisão, mostram claramente a falta de cultura – no caso, bíblica; e, geral da população. Os demais veículos de comunicação, jornais e revistas, também, são um termômetro cultural e costumam dar as sua "furadas", quando falam dos textos bíblicos.

Na programação em geral e, principalmente, nas novelas, como fez a Globo na novela Em Família, entre centenas de exemplos, as invencionices e distorções do texto bíblico são de pasmar. Logo explicarei por que. Nos programas humorísticos, o deboche sobre a Palavra de Deus é a tônica. E não só na Globo. A prática é geral.

Pergunto como podem falar de assuntos, tais como do texto sagrado, com seus quatro mil anos de existência, sem nenhum conhecimento do mesmo? Distorcendo-o. E levando ao público teorias, algumas, já incorporadas ao folclore brasileiro, outras pelo desconhecimento absoluto do conteúdo bíblico. Conhecimento que não se adquire de um momento para o outro. Nos programas humorísticos, então, o desrespeito é aterrador e a ignorância é de doer. Faço esse comentário de "cátedra", porque além de cristã, sou jornalista e observo espantada esse descalabro dos meus coleguinhas, jornalistas, aos quais até peço desculpas por acusá-los desse modo, mas, as circunstâncias exigem tal atitude. É demais! 

Falando sobre as invenções associadas ao texto bíblico, observe-se a história da maçã que, na imaginação popular, passou a fazer parte do contexto do Jardim do Éden. O relato da existência do primeiro casal, como se sabe, encontra-se no primeiro livro da Bíblia, em Gênesis. E a maçã entrou de penetra nesse contexto, por desconhecimento da verdadeira causa que levou ao Pecado Original, por parte de Adão e Eva.

A mídia tem confirmado o engano que, popularmente, leva a crer que o Pecado Original, foi motivado pela relação sexual, entre o primeiro casal, que teria comido a maçã (o fruto proibido (???) e mantido relações sexuais proibidas naquele Jardim. Inverdade, pois que ignora as primeiras palavras dirigidas por Deus a Adão e Eva que, após abençoá-los, disse: “Sede férteis e multiplicai-vos. Povoai e sujeitai toda a terra.” (Gênesis 1. 28). E nunca se ouviu falar que a maçã fosse proveniente de alguma árvore chamada do conhecimento do bem e do mal. Só se macieira, agora, mudou de nome.

O chamado Pecado Original surge porque o primeiro casal desobedece à ordem divina de não tocar na árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles desejaram conhecer o mal. Ignoraram o que o SENHOR recomendara ao homem, a Adão: “Comerás livremente o fruto de qualquer espécie de árvore que está no Jardim; contudo não comerás da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comeres, com toda certeza morrerás.” (Gênesis 2. 16). Naquele momento, em que essa palavra foi desrespeitada, abriu-se a porta para a entrada da morte no mundo. Por isso que todos morremos. A eternidade só seria reconquistada com a vinda de Jesus Cristo – que é a ressurreição e a vida.

Foi justamente sobre esse tema de Adão e Eva que, na novela Em Família, o autor faz a personagem, interpretada pela talentosa atriz Viviane Pasmanter, ser obrigada a contracenar com uma cobra (sic), e dizer barbaridades sobre o acontecido com Adão e Eva; tais como, foi por causa da cobra (como sabemos, figurativo de Satanás) que o ser humano pode ter relações sexuais. Surpresa! Agora, então, temos o culto à serpente, como responsável pela existência da humanidade. (Esqueceram do que Deus dissera ao primeiro casal, muito antes da serpente aparecer no Éden? “Sede férteis e multiplicai-vos”...? Certamente, não seria, apenas, por olhar nos olhos de Adão que Eva ficaria grávida de seu primeiro filho, Caim e de Abel.

Muito engraçado esse ensinamento da Globo, está parecendo incitamento à prática de seitas satânicas, divulgado de modo escamoteado pela telinha. O que os leitores acham?

Digo aos autores de novelas e demais responsáveis por programas, humorísticos ou não, e que costumam denegrir a Palavra de Deus, vocês não sabem como do lado de cá - ao debochar e distorcer o texto sagrado - vocês parecem ignorantes e dignos de pena, porque veem a Bíblia de um modo caricatural e malicioso. Desculpem-me a franqueza, mas, a verdade tem que ser dita. Sorry!

Ainda sobre o desconnhecimento do texto bíblico: um respeitado jornalista, postou num jornal uma lista de pequenas igrejas evangélicas, criticando a existência das mesmas e afirmando que só servem para arrecadar dinheiro dos incautos. Debochando, também, de alguns de seus nomes, como “No Esconderijo do Altíssimo”. Ignora, o caro colega, que essa expressão é usada no Salmo 91; você não imagina como é estar protegido nesse sagrado esconderijo! Desejo que você venha a conhecê-lo, algum dia, para ser muito abençoado. E que o surgimento de tais igrejinhas, talvez, seja o cumprimento de uma profecia bíblica que afirma: “E a terra se encherá do conhecimento da glória do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” Tal profecia aparece em dois livros do Antigo Testamento, Isaías 11.9 e Habacuque 2.14. E pode apostar que se o colega frenquentasse ainda que fosse a menor dessas igrejas, não estaria dizendo tanta bobagem e levantando calúnias generalizadas sobre os responsáveis pelas mesmas. Porquanto, quer seus dirigentes sejam bem intencionados quer não sejam, a Palavra de Deus está sendo anunciada, aumentando o conhecimento bíblico da população e encaminhando as pessoas para a salvação eterna. Os que forem desonestos acertarão contas com Deus. Os que distorcem a Palavra, também não escaparão do julgamento divino.

A mídia brasileira mostra-se, entre todas as mídias da Europa, Estados Unidos e demais países, ditos civilizados, a única que afronta a Bíblia de modo avassalador. E o mais intrigante é que vai às cegas contra algo que desconhece. Como é que se pode lutar contra o desconhecido? É quixotesco para dizer o mínimo! Deus tenha misericórdia do Brasil e da mídia brasileira.





sábado, 26 de julho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                CRUELDADE PARA COM MULHERES E CRIANÇAS (2)





Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando mencionavam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.
Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China, no Oriente Médio, e por todo o mundo, as boas novas do Evangelho. A voz do Senhor Jesus que veio a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. Assim seja!







quinta-feira, 24 de julho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição


CRUELDADE PARA COM AS MULHERES E CRIANÇAS NOS PAÍSES NÃO CRISTIANIZADOS


Ao analisar esses fatos que nos deixam pasmos, há de se perguntar: o que pode justificar o assassinato de crianças? Quanto mais ao tratar-se de genocídio? Pergunta irrespondível! Porque até os animais têm direito à vida. Pode-se apresentar desculpas apenas, mas nada capaz de justificar esse crime contra a humanidade.

E a desculpa apresentada pelos pais homicidas era a do dote. Uma vez que a mulher não tinha qualquer futuro fora do casamento e da maternidade, o pai precisava dispor de dinheiro para pagar o dote ao noivo. Assim, os pais que não eram suficientemente ricos para dispor desse dinheiro seriam levados à ruína para casar uma filha, e os que não casassem a filha ficariam expostos à desonra pública. Segundo esse modo de pensar amalucado, não havia saída senão assassinar as meninas ao nascer. Dote e desonra pública, qualquer coisa valia mais que a vida de uma criança do sexo feminino.

Rosalind Miles faz a seguinte apreciação sobre o que estaria por detrás da matança da fêmea recém-nascida, que acontece desde tempos imemoriais: Reproduzir sua própria espécie era, para a mulher, o mais cruel e vão dos seus trabalhos. As filhas eram mortas em campanha planejada e contínua, com o objetivo de reduzir o número de fêmeas do mundo.


Mentecapta - A legislação da Arábia-Saudita, país do sudoeste asiático, parece não reconhecer, até hoje, a capacidade intelectual da mulher. É o que demonstra o fato de ser impedida de testemunhar em processos criminais. Por essa interdição legal, fica clara a sua classificação como mentecapta. Vejamos os motivos apresentados para o impedimento:

1) Sendo a mulher muito mais emotiva que o homem, suas emoções a levarão a distorcer seu depoimento.

2) Como a mulher não participa da vida pública, ela não será capaz de entender o que observa.

3) A mulher é completamente dominada pelo homem, que pela graça de Deus é superior; portanto, a mulher fará seu depoimento de acordo com o que o homem lhe disser.

4) A mulher esquece das coisas, e seu testemunho não pode ser considerado confiável.

Para concluir a pequena mostra de definições misóginas acerca das mulheres, nos países não alcançados pelo Evangelho, lembremos do que disse o profeta Maomé: "Em um ser como a fêmea absoluta não há fenômeno lógico ou ético e, portanto, o terreno para a presunção de uma alma não se verifica. A fêmea absoluta não conhece lógica nem o imperativo moral, e as palavras lei e justiça, deveres para consigo mesma não lhes são palavras nada familiares.



Apesar destes tristes fatos, o presente capítulo não será encerrado de maneira desalentadora, porque acabamos de receber boas novas a respeito da Índia. Esse país começa a viver novos tempos e a despertar para o conhecimento do Evangelho. (Não há mal que não acabe, diz o ditado popular). Existe esperança, também, para todos os outros países, daquele lado do planeta, carentes da luz divina, porquanto discípulos de Jesus Cristo, de diversas denominações evangélicas - em cumprimento à Sua Palavra, de ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16.15) – já os estão alcançando. Notícias alvissareiras estão sendo anunciadas em solo indiano, por intermédio desses ministros. O povo hindu está sendo evangelizado de maneira expressiva por meio da ação direta desses missionários. Deus seja louvado! CONTINUA).
Memorial da Discriminação:

Quem está cheio de pecados, gera apenas filhas. Provérbio indiano. 

quinta-feira, 10 de julho de 2014

MALDIÇÃO SOBRE O FUTEBOL BRASILEIRO

                        
                  MALDIÇÃO SOBRE O FUTEBOL BRASILEIRO
                                                                                            Rachel Winter

Não culpem os jogadores, nem o Felipão, nem o Parreira, não acusem ninguém pelo fracasso do futebol brasileiro nesta Copa de 2014. Esperança de sucesso para milhões de pessoas, frustrada de um modo inacreditável pela vitória arrasadora da seleção da Alemanha por 7 a 1.

Todos hão de convir que foi algo realmente inusitado neste país, considerado o país do futebol e que esperava ganhar facilmente o hexa campeonato. Ao que se saiba, não há notícias de um time que goleasse o adversário com 4 gols seguidos em 6 minutos de jogo, como fez a Alemanha e depois ainda acertasse mais 3.

Poderíamos falar em alguma espécie de maldição? Talvez, porque o dinheiro que deveria ter sido usado para Saúde, Educação e Segurança foi desviado para patrocinar a construção dos estádios e demais despesas com a Copa.

Ontem, dia 9, no programa Cidade Alerta, do Marcelo Rezende, na Record, uma reportagem sobre o Hospital das Clínicas de São Paulo, foi de pasmar. Ainda que todos saibam do horror em que se encontram os hospitais públicos do país, não há como deixar de se indignar com a situação. Entre milhares de casos, cito só um exemplo: um idoso diagnosticado com tumor no cérebro esperou para ser atendido das 8h da manhã até as 16h30, sentido dores cujos remédios não conseguiam amenizar. E foi, finalmente, atendido? Não! Voltou pra casa sem atendimento.

E a situação dos médicos, que têm de atender uma multidão de pacientes por dia? Em outra reportagem, vista em outro canal de TV, a câmera flagrou um médico acocorado, socorrendo um paciente no chão do corredor. Estudam tanto, fazem tantos sacrifícios - só quem estuda medicina sabe - para depois virem a exercer a profissão em condições degradantes.

Penso ser desnecessário descrever os horrores que se veem nos hospitais públicos. Todos sabem da situação calamitosa em que se encontram. Do mesmo modo, é do conhecimento geral, uma vez que a mídia fala do assunto seguidamente, sobre o caos em que se encontram a educação e a segurança no país.

Diante desse quadro, comemorar a conquista da Copa teria sido chocante e escandaloso. Imaginem a cena, que não houve, torcedores comemorando e gritando de alegria, enquanto uma parte da população grita de dor nos corredores dos hospitais e, famílias choram seu filhos assassinados porque enveredaram para a criminalidade por falta de opção, porque não tiveram escolas adequadas para prepararem-se para um futuro melhor. Nosso país é um dos campeões nas mortes de jovens entre 16 e 25 anos de idade. E um dos campeões em matéria de assassinatos. Diante desses tristes dados, ser campeão do mundo, no futebol, seria um modo de mascarar toda essa realidade miserável. Francamente, o dinheiro empregado na copa e que deveria ter sido usado para finalidade de maior alcance social, trouxe maldição para o futebol brasileiro. Lamentável que essa maldição tenha pesado sobre os ombros dos atletas e dos demais membros responsáveis pela Seleção brasileira. Muito triste. É bom lembrar que a nação que pratica a justiça social sai sempre fortalecida e vitoriosa e que há muito mais entre o céu e a terra do que pensa nossa vã filosofia.




















domingo, 29 de junho de 2014

                    A NOVA HUMANIDADE REGENERADA EM CRISTO

Com a entrada do pecado no mundo surge o antagonismo, não somente entre o homem e a mulher, mas a separação entre as pessoas configurando-se na estratificação social e racial: judeu e grego, escravo e livre, homem e mulher todos vivendo em conflito sob o peso da Lei.

O Novo Testamento, porém, vem trazer boas notícias, de um novo tempo. Agora, não mais de separação mas de união da nova humanidade em Cristo.

Os efeitos da criação dessa nova humanidade, regenerada em Cristo, ultrapassaram as perspectivas da liberdade individual dos cristãos. As boas novas do Evangelho mostraram seu poder de alcance, pois, ao quebrar barreiras sociais e religiosas dentro do universo cristão, configuraram-se como justiça social e democracia no mundo secular. Naturalmente, por via de consequência, o princípio da igualdade em Cristo veio atingir a sociedade civil, suas instituições e seu direito. Não obstante seu objetivo primordial realizar-se na vida da Igreja, e o estabelecimento desse princípio concretizar-se numa perspectiva batismal, conforme se vê nas cartas aos Gálatas (3.27) e aos Colossenses (2.12).

Todos os setores da sociedade foram bafejados pela liberdade. Foram alcançadas as áreas cultural e religiosa, ao serem quebradas as barreiras que separavam judeus e gregos. Hoje, sua repercussão se faz sentir nas leis que trouxeram a liberdade religiosa para todo cidadão e a derrubada dos preconceitos raciais, sustentada pela própria legislação dos países cristãos. No âmbito político e no econômico, houve a supressão dos entraves sociais que colocavam em posições antagônicas ricos e pobres (no passado, homens livres e escravos) e, finalmente, as causas que atuavam negativamente no relacionamento entre a mulher e o homem foram afastadas; a mulher alcançou sua liberdade como ser humano.

Se recorrermos à História, veremos que a escravidão era um costume ratificado por lei, e que pessoas de qualquer nação, independente de raça ou cor e, diante de determinadas circunstâncias, podiam tornar-se escravas. Era o caso das populações pertencentes às nações derrotadas nas guerras que, juntamente com os despojos, eram levadas cativas para o país vencedor ou escravizadas no próprio país de origem. Outrossim, pessoas que se endividavam e não podiam honrar seus compromissos tornavam-se, juntamente com toda sua família, escravas do credor. Por sua vez, os homens livres possuíam todos os direitos e os escravos nenhum. Enquanto os homens livres ocupavam-se com seus interesses e negócios, os escravos em princípio eram tidos como objetos de propriedade de outrem. Tanto quanto as mulheres, eles eram tratados como se não fossem humanos.

Se algum movimento social pode ser chamado de revolucionário, certamente, o cristianismo é o maior deles – por se constituir no paradigma de um novo tempo e de uma sociedade nova. E, mais ainda, na origem de uma nova raça: a dos filhos de Deus, adotados em Cristo Jesus. Seus reflexos, inexoravelmente, chegaram à sociedade secular, ultrapassando os portões da Igreja - tal qual o Sol que se levanta sobre bons e maus, e a chuva que desce sobre justos e injustos, por misericórdia de Deus, conforme nos faz observar o evangelho de Mateus (5.45).

A vitória do cristianismo, porém, não foi alcançada por meio de guerras, nem exércitos fortemente armados, batalhas sangrentas ou armas de poderoso alcance bélico. A vitória foi ganha na cruz do Calvário, pelo sangue derramado por Jesus Cristo, e confirmada no terceiro dia – em Sua gloriosa ressurreição. Entretanto, a consagradora vitória final dar-se-á – em uma perspectiva escatológica - no encontro de Jesus quando vier buscar Sua Igreja, nas bodas do Cordeiro. (Apocalipse 19.9). (Continua).

domingo, 22 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

SITUAÇAO DA MULHER NOS PAISES NÃO CRISTÃOS (continuação)


A jornalista norueguesa Asne Seierstad, correspondente internacional, trabalhou fazendo a cobertura jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão e Iraque.
Posteriormente, em 2002, passou algum tempo hospedada com uma família afegã, o que lhe deu oportunidade de observar aspectos da vida familiar e da sociedade islâmica fundamentalista local. Do seu trabalho resultou o livro "O Livreiro de Cabul". Na página 54 do livro, ela narra o assassinato de uma jovem, chamada Jamila, acusada de adultério. Executada pelos próprios irmãos, foi sufocada com travesseiro até morrer. Seu caso é típico, havia-se casado com um homem mais velho do que ela e o conhecera somente no dia do casamento, o qual fora arranjado pela família. Obviamente, as condições daquela união não justificam o adultério e, de forma alguma o assassinato, exemplos da selvageria e do atraso, em matéria de direitos humanos, que caracteriza aquela sociedade.
Poligamia é outro costume legalizado dentro, especialmente, do Islamismo, segundo o qual o homem poderá ter até quatro mulheres, ao mesmo tempo, desde que tenha condições de sustentá-las. Pode, também, se descartar de uma ou outra na hora que bem entender, com toda facilidade. Mas, dizem que ele tem que recompensar financeiramente as que forem "descartadas."
No Oriente Médio, principalmente, segundo informações da jornalista, a prática dos casamentos arranjados é bastante difundida ainda hoje.
Condenada à morte por adultério - Para se ter uma idéia do que, para nós cristãos ocidentais, parece inacreditável que esteja acontecendo, ainda, neste Terceiro milênio, recordemos o caso, ocorrido em 2002 com uma mulher nigeriana, o qual foi bastante noticiado pela mídia internacional. Várias associações de defesa dos direitos humanos, batalharam para salvar uma mulher, chamada Amina Lawal, condenada à morte, por ter tido um filho fora do casamento, apesar de o vínculo matrimonial já ter sido desfeito e ela estar divorciada. Amina estava com trinta anos de idade e separada do marido quando engravidou do namorado que não queria assumir o bebê. Uma semana depois de a criança nascer, Amina foi presa por adultério, e o fantasma da morte por apedrejamento, chamado de lapidação, passou a ameaçá-la. Nesse tipo de condenação, a pessoa é enterrada até a cintura e apedrejada até morrer.
O caso foi acompanhado passo a passo pela imprensa internacional, deixando o mundo pasmo em cruciante expectativa. Felizmente, acabou bem, pois a Justiça decidiu absolvê-la porque julgou que ela não havia tido oportunidade de se defender. Com certeza, pesou muito na absolvição o clamor das entidades de direitos humanos de diversos países.
Matança de Meninas - Nascer mulher em países como Índia e China ou nos Estados Árabes sempre foi perigoso ao extremo, assevera a escritora Rosalind Miles, denotando que a zona de perigo não permanece circunscrita a esses países, mas, estende-se até Marrocos e Shangai. A autora afirma que, desde tempos remotos, até onde a História alcança, o infanticídio constituía uma prática costumeira em toda a região. Verdadeira pandemia. Relata, ainda, que na China pré-revolucionária, durante milhares de anos, era costume colocar uma caixa de cinzas ao lado da cama da parturiente, onde seria, imediatamente, sufocada a recém-nascida.
Para os chineses, a mulher não possuía alma, é o que informam autores como Otto Weinninger. Segundo eles, as filhas eram objeto de desprezo por parte dos pais a ponto de omitirem os seus nomes quando mencionavam o número de filhos que possuíam:
Os chineses negam, desde tempos imemoriais, que a mulher possua uma alma. Se perguntarem a um chinês quantos filhos tem, ele enumera apenas os filhos homens, ignorando as filhas.

Segundo tal conceito, não admira a naturalidade com que eram aceitos os assassinatos de recém-nascidas. Com base nesse modo de pensar, meninas seriam apenas animaizinhos - levando-se em conta que a alma, entendida aqui como racionalidade, é o que diferencia o ser humano dos animais irracionais.
Em decorrência desse hábito contumaz de assassinar as recém-nascidas, agora, faltam mulheres na China. E há estimativas indicando que, pelo ano de 2020, até sessenta milhões de chineses não encontrarão mulheres para casar-se. Hoje, a prostituição já alcança índices alarmantes.
E, na Índia, o costume de matar meninas assim que nasciam sempre existiu. Os métodos para exterminá-las variavam bastante. Eram estranguladas, envenenadas, atiradas ao mar, abandonadas na floresta ou dadas de comer aos tubarões como oferenda aos deuses. No contexto dessa sociedade idólatra, a vida de um ser humano – do sexo feminino – valia bem menos que a de um animal. Sem dúvida, reflexo da idolatria entranhada na alma do povo hindu, que adora animais como vaca e constrói templos para ratos.
Está mais do que em tempo de serem ouvidas, na Índia, na China, no Oriente Mádio, e por todo o mundo, as boas novas do Evangelho. A voz do que veio apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do SENHOR. Assim seja!
(CONTINUA)_

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     A REVOLUÇÃO DO AMOR
Partindo do postulado que reconhece em Jesus Cristo o autor e consumador da libertação feminina, observemos outros fatos, tomados como evidência dessa afirmação, sabendo que a evidência é um dos critérios da verdade. Comprovação oferecida aos que necessitam de provas de que a libertação da mulher é segundo a vontade divina. Sem esquecer, a par disso, que intento popularizar as pesquisas exegéticas – estudo e interpretação dos textos bíblicos por eruditos cristãos - no intuito de destacar a atuação das primeiras mulheres cristãs no trabalho missionário. Desse modo, colocando ao alcance do leitor leigo, na medida do possível, o resultado de tais pesquisas, além de falar sobre minhas próprias convicções, inspiradas por Deus.
Não perdendo de vista, também, que foi a partir de Jesus e na igreja primitiva, que a mulher passou a ser equiparada ao homem no trabalho dentro da seara. Ainda que Jesus Cristo, de modo algum negasse a diferença entre os sexos, houve pouca diferença no seu modo de tratar homens e mulheres. Ele falava às mulheres como a seres humanos, e não baseado em diferenças sexuais.
Antes desse tempo, a mulher era tratada como se fosse menor de idade, um ser incompleto que precisava amparar-se no homem, como em uma muleta, para sobreviver socialmente. A autoridade masculina estendia-se a ponto de interferir na prática religiosa da vida da mulher. O pai ou o marido tinham direito até mesmo de anular os votos que a mulher fazia a Deus (Números 30. 1-16); caso ela pronunciasse alguma palavra impensada sob o calor de grande aflição e, depois, tivesse dificuldade para cumpri-la.

Observemos os passos em que se desenvolveram as ações de Jesus em benefício da mulher. Dentre as atitudes tomadas no sentido de que os seus direitos fossem ampliados e equiparados aos do homem, fundamentamo-nos nos seguintes episódios, ocorridos durante o Seu ministério terreno:
1) No perdão da mulher adúltera. Acontecimento que pode ser considerado, repetimos, como o marco zero do processo de libertação do gênero feminino, por Jesus Cristo. Nesse episódio emblemático da história da mulher no relato do Novo Testamento, o nome da adúltera não é revelado. Ao procurar identificá-la, muitas pessoas, enganam-se porque pensam tratar-se de Maria Madalena o que, segundo o texto bíblico, não é verdade.
2) Na cura e no perdão, pela sua audaciosa atitude, da mulher que padecia com um fluxo de sangue, havia doze anos, e que tocou nas vestes de Jesus crendo que, com esse gesto, seria curada. Ela infringiu um preceito da lei mosaica, a qual considerava imunda a pessoa que estivesse sofrendo de qualquer tipo de hemorragia. Enquanto estivesse nesse estado não lhe era permitido sequer tocar em outra pessoa (Lc 8: 43 – 48; Mt 9.20; Mc 5.25). Mas, Jesus, deixando falar mais alto o sentimento de misericórdia que lhe era peculiar, ao vê-la apresentar-se à Sua frente trêmula e amedrontada, em resposta à Sua pergunta: Quem é que me tocou? Disse-lhe: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
3) No perdão da "pecadora" que ungiu os pés de Jesus, em público, durante o jantar na casa do fariseu chamado Simão. (Lc 7: 36 - 50). A quem Jesus disse: Os teus pecados te são perdoados... e, ao despedi-la, acrescenta: A tua fé te salvou: vai-te em paz. (vv.48 e 50).
No capítulo Ato das Apóstolas, falarei mais sobre esse episódio - da "pecadora" - ao fazer menção a Maria Madalena com a qual costumam, também, confundi-la.
4) Na libertação de Maria Madalena, a qual era oprimida por espíritos malignos. Jesus expulsou dela sete demônios (Lc 8:2). Aceitou-a como cooperadora em Seu ministério, o que significa dizer, como discípula; e não consta que tivesse feito qualquer ressalva quanto à sua atuação, no meio de seus seguidores, que pudesse ser vista como discriminatória.
5) Na conversa que Jesus teve com a mulher samaritana, o que a levou a divulgar, entre o seu povo a notícia de que avistara o Cristo, uma verdadeira revelação sobre a messianidade de Jesus. Saliente-se que os judeus eram inimigos dos samaritanos, aos quais sequer dirigiam a palavra, porém, Jesus ignorou a questão, quebrando mais esse costume. (João 4: 4 a 29). O resultado desse diálogo foi que as boas novas do Evangelho foram proclamadas e aceitas, pela primeira vez em Samaria, pela palavra dessa mulher.
6) Na compaixão que demonstrou à viúva de Naim, ao vê-la chorando durante o cortejo fúnebre que levava seu filho morto. (Lc 7. 11-17). E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam), e disse: Jovem, a ti te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se, e começou a falar. E entregou-o a sua mãe (v.13-15). Uma simples viúva, pessoa insignificante diante de uma sociedade que desprezava a mulher, e na qual a pouca honra que ainda merecia era segundo a sua condição de mãe e esposa. Condições das quais a viúva de Naim se vira despojada, pois, como afirma o texto, havia perdido o seu filho único. Socialmente falando, a mulher seria classificada como fazendo parte da ralé, pois, não possuía mais nenhum dos valores reconhecidos por aquela sociedade machista. Ao socorrê-la, o Nazareno mostra que valioso mesmo é o ser humano como tal, e não sua condição sócio-econômica ou seus dotes físicos ou intelectuais. A Bíblia nos fala sobre a marcante diferença da visão de Deus em comparação com a nossa maneira de ver: Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos. (Is. 55.8).
7) No reconhecimento do mérito de Maria, de Betânia - irmã de Marta e de Lázaro - por querer ouvi-lo, a qual, assentando-se aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. (Lc 10.39b). Em gritante contraste com a atitude dos rabinos os quais, de forma alguma, aceitariam ensinar a uma mulher as palavras da Lei, Jesus dignou-Se a fazê-lo. E, à sua irmã Marta, que a repreendia por não estar ajudando no serviço caseiro, exorta: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.(Lc 10. 41- 42).
8) Na aceitação inconteste, por parte de Jesus da presença feminina em Seu ministério, durante todo o tempo em que o exerceu aqui na terra. Atitude totalmente contrária aos costumes judaicos – verdadeira afronta. Como já sabemos, os rabinos discriminavam e desprezavam as mulheres, e os homens não falavam com uma mulher em público. A importância dessa questão era tão grande naquela sociedade, que o texto bíblico registra o espanto que causou, aos próprios discípulos, o episódio da conversa de Jesus com a samaritana, (Jo. 4.27). Atitudes que mostram a quebra de paradigmas sociais e religiosos. Ele desafiou, serenamente, os costumes e as leis que eram implacáveis para com os delitos ou pecados da mulher; e que, perversas, limitavam a sua liberdade pessoal.
Outrossim, não se tem notícia de que o Senhor lhes tenha imposto qualquer norma de conduta ou restrição comportamental para poderem acompanhá-lO durante o Seu ministério. Ao que tudo indica, elas tinham plena liberdade de ir e vir, assim como tinham respeitadas as suas iniciativas pessoais, inspiradas pela fé.
A teóloga, Mary Evans, fala sobre a pouca diferença no modo de Jesus tratar homens e mulheres:
As mulheres, tal como os homens foram consideradas responsáveis por suas próprias decisões e capazes de entender as coisas espirituais. Elas foram igualmente livres para conversar, seguir, ser amigas e servir a Jesus. Ele ensinou que homens e mulheres são capazes de se relacionar de outro modo além do relacionamento especificamente sexual. E estes ensinamentos foram reiterados nas epístolas e vividos pela igreja, a qual era uma comunidade de homens e mulheres procurando seguir ao Senhor juntos.
9) Na defesa que fez de Maria, em Betânia, por ocasião da ceia, em sua casa, da qual participavam, também, seus irmãos Lázaro (o qual Jesus ressuscitara) e Marta. Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do perfume do unguento. (Jo 12.3). Então, Judas Iscariotes, reclamou do desperdício do gasto com o perfume que poderia ser vendido por trezentos dinheiros e dado aos pobres. Mas, o texto de João 12. 1-11 esclarece que Judas, o que haveria de trair e vender Jesus falava, não por amor aos pobres, mas, porque era ladrão e, sendo o tesoureiro tirava "da bolsa" o que ali era depositado – certamente, lamentando a perda dos trezentos dinheiros que deixaria de roubar. Então, o Salvador toma a defesa de Maria e diz: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto; porque os pobres sempre os tendes convosco; mas a mim nem sempre me tendes. (v.7,8).
10) E, coroando o gesto libertador, o Filho de Deus escolhe Madalena e o grupo de mulheres que a acompanhava como as primeiras testemunhas da ressurreição, emissárias e proclamadoras desse evento inaudito e glorioso. (CONTINUA).