sábado, 22 de junho de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                        A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
 
Nunca é demais lembrar, por causa de dúvidas e interpretações bizarras, que a ressurreição de Cristo foi literal e corpórea, não podendo ser vista apenas como espiritual. Haja vista, a Sua atitude, quando ressurreto, ao aparecer aos discípulos dizendo-lhes: Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo: tocai-me e vede; pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. (Lucas 24. 39, 40). Do mesmo modo será a ressurreição dos mortos da qual Cristo foi feito as primícias. (1Coríntios 15.20).
Amor inexplicável - O que a morte e a ressurreição revelam a nós, em seu substrato, continua a ser inexplicável para a inteligência humana, qual seja, o amor de Deus pela humanidade. Revelação que constitui, parece incoerência, um enigma para o intelecto, porque extrapola o nosso entendimento e compreensão. Ao falar do amor de Deus, nossa inteligência mostra-se frágil em comparação com o discernimento espiritual, capaz de apreendê-lo melhor. O evangelho de João descreve-o da seguinte maneira: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16).
Todavia, é preciso transitar, também, pelo universo da razão. A inteligência toma conhecimento do fato: Cristo morreu e ressuscitou por nós! Com Ele ressuscitaremos para a vida eterna! Essa vitória é a base da fé 
cristã e motivo de nossa perene alegria. Mas como é isso? Nesse patamar, o empenho teológico vem desempenhar o seu papel, embora saibamos que o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente (1 Coríntios 2.14). Não obstante, o esforço dos estudiosos para explanar o significado da ressurreição merece todo o nosso reconhecimento e aplauso - ainda que o tema se apresente dividido por interpretações diversas, o que seria de esperar dada a sua tremenda complexidade e ao seu mistério.
O conhecimento intelectual que, em comparação com a sabedoria que vem do alto (Tiago 3.15), caracteriza-se por ser limitado, esforça-se tenazmente para explicar o significado do mistério pascal e compreender os seus diversos passos. Nesse embate, surgem diferentes enfoques tanto no meio evangélico como entre católicos. Oportunas são as palavras de Paulo ao afirmar: Porque agora vemos por espelho em enigma... (1 Coríntios 13.12a).
Acentue-se, porém, que em nada as diferenças no modo de pensar a ressurreição, algumas das quais citaremos a seguir, afetam a fé na certeza de que se trata de acontecimento fundamental para a fé cristã. Sobre essa verdade os eruditos cristãos estudam e trabalham tal qual mineradores em busca de tesouros escondidos.
Não se entenda, porém, que o trabalho de exegese dos pesquisadores se faça unicamente no nível intelectual, apartado da revelação e da unção de Deus. De modo algum, possa entender-se assim. Antes, devemos reconhecer o seu esforço para trazer ao nível da razão as coisas maravilhosíssimas que pertencem ao universo do espírito até quanto seja possível - porque as cousas encobertas são para o SENHOR, nosso Deus: porém as reveladas são
para nós (Deuteronômio 29. 29a).
O impacto da Ressurreição - Para Wilbur Smith, bispo da Igreja Metodista:
A ressurreição de Cristo é a grande fortaleza da fé cristã. Doutrina que deixou o mundo de cabeça para baixo no primeiro século e que elevou o cristianismo a prevalecer sobre o judaísmo e todas as religiões pagãs do mundo Mediterrâneo.94
No jornal Christianity Today, em artigo de sua autoria Scientists and the Ressurreition (Os Cientistas e a Ressurreição) Wilbur Smith enfatiza:

Nenhuma arma foi forjada, e nem jamais será, capaz de destruir a crença racional nos registros históricos deste marcante e profético evento.95
Observemos, ainda, que esse extraordinário acontecimento constitui um ato da nova criação, sendo o corpo ressurreto de Cristo o primeiro corpo de uma nova ordem de existência. Nesse sentido, os que pela fé se acham unidos a Cristo recebem dEle o Espírito de vida e passam a fazer parte de uma nova raça. Assim que se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. (2 Coríntios 5.17). (CONTINUA).
 
 

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Trecho extraído do livro Mensageiras da Ressurreição

                         A Igreja – Corpo de Cristo e sua missão
A Igreja aparece, portanto, como o canal de comunicação entre o Senhor ressuscitado e o novo mundo (lembrar que com Cristo tudo se fez novo), e bem definida nos Evangelhos como o Corpo de Cristo. O apóstolo Paulo, ao falar aos colossenses sobre o que padecia nos combates que travava por eles, amplia a sua mensagem acrescentando: Na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo que é a Igreja. (1.24b). Na carta aos efésios, fala sobre as bênçãos de Deus sobre Jesus Cristo, que o constituiu como cabeça da Igreja, que é o seu corpo. (22b e 23).
Cristo, depois de exaltado, atua neste mundo por meio da Igreja pela Palavra, pelo sacramento e por meio da missão dos cristãos que, ao agirem e se manterem em comunhão, passam a viver de conformidade com o plano que o Altíssimo tem para nós. Assim, em certo sentido, a Igreja reflete o caráter divino, e mostra-se como a imagem de Deus. É pela comunhão dos crentes, homens e mulheres, que a igreja - comunidade eterna constituída por um povo escatológico - pode vivenciar no presente a futura realidade do Reino de Deus. Esta é a sua missão.  
Ao meditar nessa correta definição de Igreja, perguntamos: como pode a Igreja, Corpo de Cristo, fazer jus a esse nome ao apresentar-se fragmentada sem a participação ativa e conjunta das mulheres ao lado dos homens em todos os aspectos do serviço cristão? Os responsáveis por essa fragmentação dão provas de não reconhecerem, até hoje, a autonomia espiritual das mulheres, e demonstram, por esse proceder, que não possuem, ainda, uma consciência clara do que seja a Igreja, como o Corpo de Cristo.
Ao concluir a abordagem sobre a Ressurreição e sobre a importância que a mesma representa para a fé cristã, buscamos resposta para mais uma questão intrigante. Na ocasião em que Jesus, ao encarregar as mulheres, tendo à frente Maria Madalena, de levar a notícia de sua ressurreição estaria fazendo delas apenas meninas de recado? Seria apenas a transmissão corriqueira de um simples recado, tal como: Andem, vão e anunciem pros meus irmãos que Eu estou aqui ressurreto? Todos hão de reconhecer o absurdo dessa interpretação. De forma alguma essa missão poderia ser confundida com um simples recado, e vista como algo que aconteceu por acaso. Contudo, é dessa maneira que vem sendo encarada durante mais de dois mil anos, por grande parte dos cristãos. A prova é cabal, as mulheres vêm sendo discriminadas, até hoje, em inúmeras denominações cristãs evangélicas e entre os católicos. (Continua).