segunda-feira, 4 de março de 2013

Trecho extraído do capítulo 18 do livro Mensageiras da Ressurreição



                     As MULHERES E O CARGO DE PASTORA



Ponto crucial apresentado como impedimento para a mulher assumir o ministério ordenado – de Pastora - no debate que se trava no âmbito do feminismo teológico, tem sido o de que a mulher não tem uma "semelhança natural" com a masculinidade de Cristo. O Vaticano lançou mão desse argumento, em 1977, para proibir a ordenação de mulheres na Igreja Católica. Aliás, ratificando a proibição que, há milênios, subsiste dentro do catolicismo. As igrejas evangélicas mais tradicionais, ao apresentarem, inclusive, argumentos que corroboram na interdição da mulher ao ministério ordenado, não ficam muito distantes, nesse aspecto, da doutrina católica.
Elisabeth Fiorenza contesta o ponto de vista do Vaticano, observando no que ele implica:

Ou as mulheres não podem ser batizadas porque no batismo os cristãos se tornam membros do corpo (masculino) de Cristo ou nós não permanecemos mulheres porque os batizados se conformaram ao "homem perfeito", em ambos os casos, uma tal teologia nega a universalidade da encarnação e da salvação a fim de manter e legitimar as estruturas patriarcais da Igreja.
Sem dúvida, conclusão irrepreensível; uma vez que a mencionada teoria deriva de uma proposição falaciosa, a sua conclusão só poderia ser igualmente falsa, tal qual a teóloga aponta. Isso sucede porque os antifeministas (complementaristas) colocam uma questão de caráter ontológico, ou seja, a semelhança de Cristo, num plano de natureza biológica, a masculinidade de Jesus. Como de costume, esse é um apelo discriminatório baseado no gênero; puro sexismo. (Continua).



 

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