sábado, 3 de novembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 17 do livro Mensageiras da Ressurreição


                                           EU VOS SAÚDO!

 Na nova criação, fruto da ação redentora de Deus - em Cristo - neste mundo, podemos dizer metaforicamente, que a mulher nasceu primeiro, ao contrário do sucedido no início quando o homem foi o primeiro a ser criado pelo Altíssimo. As primeiras palavras do Senhor ressuscitado - Eu vos saúdo! - ao inaugurar a nova ordem, estabelecida segundo o alvo final de Deus para a humanidade, dirigidas às mulheres, concedeu a elas o privilégio de se tornarem as primeiras embaixatrizes desse novo tempo.
Não se veja nessa perspectiva, porém, a colocação da nova criação contra a velha, pois, a ação redentora de Cristo, origem da nova criação, cuja consumação acontecerá na Sua volta, faz parte do que Deus iniciou no Gênesis. Na história da Igreja – Corpo de Cristo -, não há contradições, descontinuidade, nem fissuras de qualquer espécie. Sua estrutura, bem firmada na Rocha, é como a edificação de um prédio que se eleva aos poucos, previstas que são todas as etapas da obra - divina - até a sua completa realização, que aponta para o Alto. Lá está alvo a ser atingido, propósito de caráter escatológico, qual seja, a volta do Senhor, em que a Igreja surge como herdeira do novo céu e da nova terra (Apocalipse 21.1). Conforme o livro de Apocalipse, a Igreja é o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus (21. 3b).
O propósito divino, tal como revelado no Novo Testamento, mostra que a criação da nova humanidade permeia toda a história bíblica e aparece como seu fio condutor e alvo principal. Por intermédio de Jesus Cristo, Deus cria seu povo – remido – para no meio dele habitar.
O propósito que os israelitas não puderam realizar para Deus, de ser o Seu povo, pertence agora à nova humanidade, constituída pela nação santa dos sacerdotes do Senhor.
A ekklesia, formada por todos aqueles que confessam a Cristo como seu Senhor e Salvador, em todas as épocas e lugares – povo escatológico – procura refletir já no presente a futura realidade do Reino de Deus, e o caráter próprio de Deus, ainda que de modo parcial. Sob esse prisma, como geração eleita, podemos realmente refletir a imagem de Deus.
Porém, se no contexto da que pensamos ser a verdadeira comunidade cristã, subsistem barreiras de qualquer espécie para separar as pessoas, algo de estranho está ocorrendo. Será que nos deparamos, apenas, com uma instituição religiosa que leva o nome de igreja? O motivo dessa pergunta são os relacionamentos interpessoais baseados em distinções raciais, socioeconômicas e sexuais, que já deveriam estar extintos há muito tempo no coração dos cristãos e na prática do contexto eclesial.
Exclusão, submissão humilhante, discriminação de pessoas, de qualquer espécie ou gênero são anátemas a ser fulminados. Só assim se cumprirá a vontade do Pai que nos quer ver unidos a Ele, como Igreja, através de Cristo.
O Senhor quer nos ver livres – homens e mulheres – para assumir, como crentes, todo e qualquer cargo dentro do ministério cristão.

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