quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Educação da criança segundo o Novo Testamento

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          EDUCAÇÃO DA CRIANÇA SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO

Defender a palmada como um meio de educar a criança é confundir as palavras educar com adestrar. São coisas bem diferentes. Com palmadas (ou pancadas) adestram-se cachorrinhos e outros bichos, por meio de reflexo condicionado. Até mesmo ratinhos são testados em laboratórios, segundo esse método: o ratinho aproxima-se do alimento e, ao tocá-lo, leva um choque ou qualquer outro estímulo que lhe cause dor ou susto; assim ele fica condicionado a não tocar mais no alimento.

Os defensores desse método de “educação” das crianças, certamente, acham que uma palmadinha não é o mesmo que bordoada. Perguntamos, então: O que é? Se não causasse dor ou medo à criança, a fim de impedi-la de fazer travessuras, não seria aconselhada por eles. Outro aspecto a ser analisado, será que as mães e os pais adeptos da palmada sabem controlar-se e parar dando só uma palmadinha? Extrapolar na hora da irritação e do estresse é muito comum.
Violência gera violência, e bater numa criança mesmo que não venha a feri-la gravemente (como vemos acontecer diariamente em nosso meio) é um ato de violência.
Levada, essa questão, às últimas consequências, perguntamos: será que a palmatória usada no passado por pais e professores fez, daquelas crianças, pessoas adeptas da paz no mundo? Criou pessoas melhores? A História nos mostra que não. Os líderes mundiais só têm resolvido os problemas que afligem a humanidade através de guerras, as quais criam um círculo vicioso de violência sobre violência – e que era esperado porque foi pelo método da pancada que eles foram “educados”.
Pelo exemplo dos mais velhos é que as crianças aprendem a ser violentas. Lemos na Bíblia que Deus é Paz. E viver em paz, aprendemos com Cristo, que nos perdoa os pecados e morreu na cruz pra nos salvar e nos dar a paz verdadeira.
O exemplo dos adultos que praticam a Palavra de Deus, é a maior fonte de aprendizado pra crianças e adolescentes. A palmada é um método de mais fácil aplicação, pois, recorre à lei do menor esforço. Praticar o amor na educação dos pequeninos é mais trabalhoso, porque exige paciência, tempo e a prática consciente do segundo maior mandamento bíblico: Amar o próximo como a si mesmo.
Permitir a palmada é o mesmo que voltar à época da palmatória. Significa retroceder no tempo. É adestrar em vez de educar. Não é a metodologia apropriada para bem educar seres racionais como são as crianças e adolescentes, criados à imagem e semelhança de Deus.
                              NÓS, OS EVANGÉLICOS
Nós, cristãos, não nos debruçamos, ainda, sobre a questão da educação da criança segundo os ditames do Novo Testamento. Sabemos que com Jesus Cristo tudo se fez novo! Mas, continuamos nos inspirando no Antigo Testamento para criar as crianças. Ignoramos que o aperfeiçoamento da Lei mosaica, por Cristo, abrange todos os setores da vida humana. Entretanto, deixamos as crianças de fora. As idéias de liberdade, próprias do cristianismo, projetaram-se sobre todos os setores da sociedade. Um ponto final foi colocado sobre tudo o que representasse escravização do homem e da mulher dentro do contexto social. Transformação que deu origem ao sistema político democrático no qual, entre outras, a mulher alcançou o status de cidadã e todos foram considerados iguais perante a lei.Nós, ou muitos de nós, evangélicos, esquecemos de nos atualizar quanto à criação das crianças, segundo a Mensagem da Cruz. Somente evocamos os textos do Antigo Testamento no que concerne à educação infantil e dos jovens. Textos que aconselhavam a fustigar a criança com a “vara”. Ainda que no livro de Provérbios (23.13) esse trecho pareça muito claro nesse sentido, a palavra “vara” também tem o significado de Palavra de Deus. Vemos isso em numerosas passagens bíblicas, inclusive no Salmo 23. 4: Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.
Reportando-nos, novamente, ao Novo Testamento, encontramos o episódio em que o menino Jesus, então com 12 anos de idade, passa três dias desaparecido. Ao encontrá-lo no templo, discutindo com os doutores da lei, sabemos que nem Maria nem José, seus pais, apelaram para a palmada; afinal, segundo os conceitos do homem comum, o Menino bem que merecia, porque não os avisara do seu paradeiro. Ainda que ele não estivesse fazendo travessura alguma, não avisou seus pais, que caminharam durante três dias até encontra-lo.
Durante seu ministério, Jesus Cristo só teve palavras e gestos de carinho para com as crianças. Nunca disse que deveriam ser educadas à base de palmada. Na ocasião em que os discípulos queriam impedi-las de se aproximar Dele, disse: Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus, e os abençoou. Em outra ocasião, tomando uma criança em seus braços disse: Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a mim me recebe e, completou afirmando, que quem O recebe, recebe ao Pai que o enviou. Temos que receber a criança não com palmadas, mas, com amor.
Hoje, muitos pais temerosos por observarem o aumento incessante da criminalidade no meio social e, querendo livrar os filhos de enveredar por esse caminho, acham que se os castigarem fisicamente, alcançarão esse objetivo. Pobre das crianças, nas quais são projetados os erros de toda uma comunidade! Não é por aí. É pelo amor, pela compreensão do que significa ser criança e pelo ensinamento da palavra de Deus que ela se tornará um adulto útil à sociedade e que alcançará a salvação em Cristo. E será um mensageiro/a da Paz. Assim seja!

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