domingo, 30 de setembro de 2012

Trecho extraído da página 15 do livro Mensageiras da Ressurreição



               
                 O LUGAR DA MULHER NA IGREJA PRIMITIVA
 
O exemplo de Jesus e do viver cristão, praticado pelos primeiros apóstolos, não foi suficiente para inspirar os que lhes sucederam em relação à maneira como deveriam considerar as mulheres. O que, de algum modo, acontece até hoje. O ideal cristão da unidade em Cristo, conforme proclamado em Gálatas 3. 26-28, com a quebra de barreiras entre as pessoas, fosse por questões de tradição religiosa, condição social ou sexo, permaneceu ignorado pelos sucessores dos primeiros apóstolos no que diz respeito à igualdade de direitos entre homens e mulheres.
Na igreja primitiva o espaço da mulher era respeitado, seguindo o exemplo dado por Jesus durante o seu ministério terreno. A lembrança do Mestre estava, ainda, muito viva no coração da comunidade. No entanto, posteriormente, a partir de um determinado momento da História, quando a igreja passou a se organizar como instituição religiosa, a atuação da mulher passou a ser novamente interditada, como no passado remoto, anterior a Jesus Cristo. O catolicismo dá essa demonstração, persistente até os dias de hoje. Tem sido impossível furar o bloqueio levantado contra a ordenação ministerial da mulher na Igreja Católica, bem como em algumas denominações evangélicas mais tradicionais.
Convém repetir, não foi assim, evidentemente, na época de Jesus, nem nos tempos da ekklesia – o movimento cristão primitivo. Constatação patente ao observarmos o resultado dos estudos realizados por eruditos cristãos. Trabalho de exegese que leva em consideração as injunções sociais e o contexto histórico em que se desenvolveu o cristianismo, estudo acurado sobre o relato neotestamentário referente à atuação da mulher na igreja primitiva.

 
 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Comentários sobre o livro Mensageiras da Ressurreição

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      COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO MENSAGEIRAS DA RESSURREIÇÃO

Wander de Lara Proença - teólogo e professor da Faculdade Teológica Sul Americana: "Belíssimo trabalho, destacando-se especialmente pela inovação temática e pesquisa de abordagem. Tenho orientandas de TCC que estão pesquisando temas relacionados à mulher e já indiquei capítulos dessa obra para leitura e pesquisa. Esse trabalho trouxe enriquecimento para abordagens com estes enfoques. Que este livro possa inspirar outras publicações."
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Oswaldo Payon- Publisher and journalist in Brazil with a team of scholars on the new translation of King James Bible from the original manuscripts: "Welcome aboard, Rachel Winter! É sempre uma alegria receber no mundo dos livros cristãos uma nova e promissora escritora evangélica. De fato, como você brilhantemente nos lembra nesse livro: as discípulas mulheres jamais deram trabalho ao mestre Jesus, só ajudaram na obra, sofreram e foram as únicas a permanecer com o mestre na sua morte e - logo ao raiar do domingo - na sua ressurreição. Parabéns às mulheres servas do Senhor. É em boa hora que alguém vem fazer justiça à honra, coragem, serviço e humildade da mulher crente. Parabéns.
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Éber Cocareli comentou: Trata-se de obra fortemente apologética, com uso intenso de ferramentas teológicas (boas), com o objetivo de, entre outros, mostrar como a cultura ocidental evoluiu justamente pela influência do Evangelho. A argumentação da autora é sólida e válida. É o único livro que conheço no meio neopentecostal que trata do ministério feminino com tamanha abrangência e profundidade. Em resumo, é um dos melhores que já li sobre o assunto.
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Pastor Ricardo Santos
Mensageiras da Ressurreição é um livro escrito por uma mulher para todas as mulheres e, também, para os homens entenderem mais a importância delas em suas vidas e nos planos de Deus. Nele, a mulher é desmistificada e colocada na posição certa: aquela que o próprio Senhor Jesus lhe deu. Não por acaso, Ele escolheu mulheres para anunciar aos Seus discípulos que Ele estava vivo!
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Preletora Jurema de Souza Martins:
Gostei muito do seu blog e vou voltar outras vezes. Me identifiquei com a sua proposta de trabalho. Não tenho pretensão de ser pastora ou apóstola, mas como estudante da bíblia, concordo com o pouco que li no seu blog. Na sociedade judaica quem tem conhecimento teológico é homem, mulher não tem acesso a esse conhecimento. Não sou contra a mulheres pastoras, pois uma mulher pode compreender a bíblia tanto quanto um homem. A capacidade intelectual, subordinada a iluminação do Espírito Santo não é maior no sexo feminino ou masculino. Já passei por muito preconceito por ser uma mulher e jovem e ter entendimento das Escrituras. Quero acompanhar o trabalho da irmã e, se puder, me adicione no orkut: Preletora Jurema ou facebook: Jurema de Souza Martins. Quando terminar a minha graduação quero me dedicar a escrever livros na área de literatura cristã. Com certeza, teremos muito o que compartilhar. Estou te seguindo. Em Cristo, http://preletorajurema.blogspot.com em Trecho extraído do capítulo 11 do livro

domingo, 23 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo Atos das Apóstolas do livro Mensageiras da Ressurreição


           
             TERMOS ESCLARECEDORES SOBRE O MINISTÉRIO DE FEBE

A palavra diácona significa ministra. Sua conotação não seria a mesma de diaconisa ou diácono, conforme se entende hoje, qual seja, de um cargo menor que o de presbítero.
Febe não se destacou por ser uma diaconisa, mas porque foi diácona (ministra) de toda a igreja de Cencréia. E mais: foi recomendada para a Igreja de Roma.
 Há consenso, entre grande número dos estudiosos, em reconhecer que Febe exercia cargo de liderança na igreja de Cencréia. Sua autoridade e seu trabalho serviam-lhe de cartão de visita, visto que Paulo destaca-os ao recomendá-la à Igreja de Roma. O que nos leva a crer, que ela desempenhava um papel equivalente ou semelhante ao que, hoje, chamamos de Pastora.
Além de diakonos, Febe era conhecida, na comunidade cristã, como prostatis. Esse título não tem paralelo no Novo Testamento, pois a única vez em que aparece é no citado texto de Romanos. Prostatis designa presidente ou algo equivalente. Na literatura grega, prostatis sempre significa legisladora, líder ou protetora. Na literatura judaica, a expressão é usada para designar o oficial principal, presidente, governador, protetor ou superintendente. Tudo indica que Febe ocupou cargo de importância no que se refere à liderança, na comunidade de Cencréia como diácona e prostatis (presidente).
Todo o esforço despendido em esclarecer o verdadeiro sentido desses termos deriva da tensão criada entre cristãos feministas e antifeministas. Os últimos mostram-se sempre dispostos a minimizar e amesquinhar o papel desempenhado pela mulher na história da Igreja, com a finalidade de obstruir-lhe o caminho e travar seus passos que a estão conduzindo, hoje, ainda que tardiamente, em direção ao púlpito.
 Febe poderia ser chamada de mulher moderna, por sua independência pessoal e determinação. Difícil imaginá-la vivendo em meio a uma sociedade patriarcal, tendo em vista as inúmeras restrições que a Lei e os costumes impunham à atividade e à vida das mulheres. Mas, se repararmos bem, em muitas outras mulheres da primeira comunidade cristã, também se encontram características semelhantes às suas, como em Lídia e Maria Madalena. Estas qualidades, também, eram encontradas em todas aquelas que pertenceram ao grupo que acompanhava Jesus em Seu ministério itinerante. Conclui-se, facilmente, a esse respeito observando o alto grau de coragem, disposição e independência para se locomoverem constantemente, enfrentando com ânimo os naturais acidentes de percurso naquele modo de vida primitivo. Apesar das dificuldades, elas cumpriam a sua parte na causa do Caminho. Mas, ao lado de Jesus há alguma coisa difícil? O bom ânimo, que não lhes faltou, pode ser facilmente identificado como o poder de Deus que sustenta todos os que O amam e demonstram o seu amor ao seguirem os Seus mandamentos.                 

domingo, 16 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 6 (1) do livro Mensageiras da Ressurreição

                                     A QUESTÃO DO TRAJE E DO VÉU
 
Paulo, juntamente com os demais apóstolos, mantinha-se vigilante quanto à boa fama da igreja, que era incansavelmente perseguida pelos judeus e olhada de viés pelos pagãos. Para não dar motivos a escândalos, determinou que as mulheres mantivessem o uso do véu ou xale na cabeça. Não obstante rejeitar os costumes judaicos, conservou essa prática observada, também, nas sinagogas, local onde a as mulheres só podiam permanecer com a cabeça coberta por véu, eram proibidas de falar e ficavam numa outra ala, separadas dos homens.
O apóstolo Paulo porfiava por fazer entender aos cristãos, provindos do judaísmo, que não estavam mais sob o jugo da Lei, motivo pelo qual era necessário que se livrassem dos antigos hábitos e costumes. Contudo, no caso da mulher, o véu ou xale – cobertura de cabeça – subsistiu. Sua finalidade, porém, excedia o manter tradição ou costume a fim de evitar escândalos; havia algo mais importante a ser observado, como se pode ler em 1 Coríntios 11.5: Mas toda a mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta, desonra a sua própria cabeça, porque é como se estivesse rapada.
Antes de entrar no mérito da questão, observemos a alvissareira notícia de que as mulheres eram livres para orar e profetizar nas assembléias. É muito agradável saber que, nos primórdios da Igreja, era permitido a elas, nos cultos, exortar e edificar a congregação; ações estas reconhecidas como decorrentes do ato de profetizar. Evidência que atesta, também, o exercício da liderança e da autoridade das primeiras cristãs.
Diante do relatado, a questão do véu fica em segundo plano. Todavia, entre os  teólogos há debates intermináveis a respeito do seu real significado. Uns acreditam tratar-se de um gesto de submissão da mulher ao marido, o que configuraria discriminação, hierarquia. Outros, como Pierre Grelot, refutam tal teoria e defendem a tese de que o uso do véu pelas mulheres não era um sinal de inferioridade ou de submissão, mas, um modo de manter dignidade e decência. Questão de costume daquela época.
Jerome Murphy O´Connor, por sua vez, sintetiza a questão de um modo bem interessante, declarando que Paulo estava preocupado em manter a distinção entre os sexos e não com a discriminação.
A exigência de Paulo era de que as mulheres mantivessem os cabelos bem arrumados e que os homens usassem cabelos curtos.
Seguramente, os motivos que levaram o apóstolo a orientar sobre a maneira como as mulheres deveriam usar os cabelos não eram de natureza estética. A motivação era a mesma que o levou a orientá-las, também, a se vestir adequadamente. Ou seja, para manter bem longe da igreja dos santos costumes ou comportamentos próprios dos povos pagãos. Convém salientar que nos cultos a Dionísio, Cibele, Pítia e Sibila o cabelo solto era necessário para a mulher produzir encantamentos mágicos eficazes.
Ainda, a respeito do uso do véu, na passagem de 1 Coríntios 11.10, lemos: Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio, por causa dos anjos. Texto que tem dado muito trabalho aos exegetas, especialmente em sua segunda parte, ou seja, na referência aos anjos.
Não há uma resposta aceita consensualmente sobre o seu verdadeiro significado. Uns pensam tratar-se de anjos bons, sempre presentes em momentos de culto a Deus. Seria um sinal de respeito a eles? Outros colocam em dúvida essa versão, sem apresentar outra solução aceitável, enquanto o texto permanece envolto em mistério.
Não obstante, uma coisa é certa, na primeira parte da frase, ao falar do uso do véu como sinal de poderio da mulher, o apóstolo vem derrubar a teoria de que o seu uso signifique submissão ao homem. Certamente, diz respeito ao direito de a mulher marcar a presença feminina nos cultos de adoração a Deus, nos quais ela poderia expressar-se à sua maneira, e não à maneira masculina.
Assim denotaria a própria identidade livremente, na presença do Altíssimo.
O cuidado em acentuar a diferença do viver cristão em relação ao viver profano - uma constante no ministério de Paulo - deve ter influenciado grandemente na questão do uso do véu. Basta observar que o costume era bastante difundido não somente entre as mulheres na sinagoga, mas, também, entre as gregas. Nesse sentido, observe-se o que acontecia nos rituais profanos, em cultos extáticos: A possessão pela divindade era simbolizada pela remoção da cobertura da cabeça, provavelmente pelo sacudir ou lançar para trás o cabelo, e pela troca de roupas entre homens e mulheres. Motivos mais que suficientes para o apóstolo determinar que as mulheres cristãs permanecessem com o véu dentro da igreja e, também, para marcar claramente a diferença entre o modo de vestir de homens e mulheres.
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 6 (2) do livro Mensageiras da Ressurreição



                                      A MULHER ESTEJA CALADA

 Em meio às controvérsias que o tema da liderança feminina suscita, os cristãos encontram-se divididos em dois grupos bem distintos. Divisão que atinge, igualmente, as classes teológica e pastoral. Contudo, a maior tendência nos dias atuais é pelo reconhecimento do direito da mulher de exercer, tal como o homem, todos os ministérios conforme acontecia nos primórdios do cristianismo.
Stanley J. Grenz, teólogo, classifica os representantes das duas correntes em igualitários e complementaristas.
Os primeiros, favoráveis ao pleno direito da mulher de exercer o ministério eclesial em toda a sua dimensão, assim como era nos tempos apostólicos: as apóstolas militando no trabalho do Senhor ombro a ombro com os apóstolos.
Os segundos delimitam o campo da ação missionária da mulher e o seu espaço na igreja. Costumam vê-la apenas como apoiadora do trabalho do homem, complementando-o. Isso significa dizer, nunca ocupando cargo de liderança – mas, cedem a ela um pouquinho mais de espaço, em relação ao que ocupavam na sinagoga do passado.
No universo complementarista vicejam as doutrinas criadas sobre alguns textos das cartas paulinas, que tentam colocar impedimento ao livre exercício do trabalho da mulher na Igreja. Criar doutrinas, neste caso, significa extrair textos da Bíblia e interpretá-los livremente fora do seu contexto, sem levar em conta as injunções sociais e o momento histórico em que ocorreram. Conclusão tendenciosa que apresenta um resultado bem diverso do verdadeiro sentido bíblico. Tais doutrinas tendem a valorizar ordenanças que foram direcionadas a solucionar problemas momentâneos e específicos da Igreja primitiva como se tivessem valor perpétuo - o que acontece ao descontextualizá-las.
Nosso foco, agora, volta-se para o texto mais usado por eles para manter a mulher marginalizada dentro da Igreja: “As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a Lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja.” (1 Coríntios 14. 34-35).
Mas, não há motivo para desespero! Vejamos a opinião de um ilustre igualitário, grande defensor da liberdade feminina, Duncan A. Reily, que foi catedrático de História Eclesiástica na Faculdade de Teologia Metodista.
Suas pesquisas levaram-no a concluir categoricamente que, algumas mulheres, em muito maior número do que geralmente se suspeita, exerceram quase todos, senão todos, os ministérios que seus irmãos em Cristo desempenharam.
Podemos acrescentar que, certamente, não o fizeram silenciosamente, mas, pregando a Palavra com autoridade e ensinando com plena liberdade.
Os que se prendem, literalmente, às palavras de Paulo, mencionadas acima, insistem em não observar as conjunturas sociais que compeliram o apóstolo a pronunciá-las. Não observaram os problemas que a Igreja enfrentava naquele momento. As duas frases (vv.34-35) foram proferidas em um momento em que o apóstolo buscava disciplinar o comportamento da congregação na adoração cultual, ao tratar da necessidade de ordem no culto: Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. (v.33).
As recomendações sobre o silêncio das mulheres na igreja, segundo o modo de ver igualitário, incluem-se entre as de caráter temporário. Destinavam-se, especialmente, a solucionar mais um problema, dentre tantos outros com os quais Paulo teve de se defrontar concernentes à igreja de Corinto. Igreja que causou ao apóstolo incontáveis preocupações, devido às circunstâncias sociais não serem nada favoráveis ao desenvolvimento do cristianismo. Localizada na cidade conhecida por sua proverbial imoralidade, na qual imperavam as práticas pagãs da sociedade grega, Paulo lutava para fazer sobressair a pureza dos costumes cristãos em seu meio. A depravação em Corinto era de tal monta que a expressão “viver à moda de Corinto” significava viver na imoralidade e na degradação moral. A palavra korinthiazomai significava praticar imoralidade e, korinthiastis era sinônimo de meretriz. No topo de uma montanha chamada Acrocorinto, localizada atrás da cidade, encontrava-se o templo de Afrodite, ou Vênus, a deusa do amor.

domingo, 2 de setembro de 2012

Trecho extraído do capítulo 12 do livro Menmsageiras da Ressurreição




                         A SANTIDADE DO SENHOR JESUS
 
Na teologia da Redenção, a santidade de Jesus, na ação redentora, recebe grande destaque, e é tratada com especial atenção. Pode parecer estranha essa observação, mas, existem outras interpretações teológicas, não mencionadas neste trabalho, que não demonstram tal cuidado. Não refletem sobre a imortalidade do Redentor, necessariamente, inerente ao conceito de Santidade que Lhe é próprio. Desde o anúncio de Seu nascimento, como vimos no citado texto de Lucas 1.35, Jesus Cristo é chamado de Santo. O que isso significa? Quer dizer que Ele é separado, intocável, incorruptível, inatacável pelo pecado. Ao derrotar Satanás, pelo poder de seu sangue derramado na cruz do Calvário, e descer ao Hades, o Seu Espírito não viu a corrupção, por ser imperecível e eterno. No momento que precedeu a sua morte na cruz, Ele entregou o Seu espírito aos cuidados do Pai (Lucas 23. 46b). Nesse embate pela salvação da humanidade não poderia ter sofrido qualquer abalo porque Ele é um só com o Pai (João 10. 30) e, como o Pai, é Eterno.

Ao citar o texto de João 1.29, onde se lê que Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, observe-se que é pela sua santidade que Cristo redime a humanidade. Acrescenta, ainda que, ao fim de seu ministério, Jesus se torna, em pessoa, a Boa Nova do Reino, pois, Nele temos a redenção e a remissão dos pecados, conforme a Palavra nos instrui. Outrossim, alerta que em tudo isso, ou seja, na morte de Jesus, no Calvário, não entra a questão de um preço pago para satisfazer a justiça ofendida, nem de morte vicária, tal como diz acontecer em seu contexto outro tipo de teologia, à qual o teólogo classifica como Jurídica. Assim como a morte foi absorvida na vitória (1 Co 15.54), também foi absorvido o pecado na santidade que, em Cristo, fez sua irrupção neste mundo.
Quanto à imagem de Deus, em relação ao episódio da morte de Jesus, não a concebe como um juiz irado, que quer ver o Filho pagar pelos pecados humanos. Porém, como um Pai cuja preocupação é a salvação dos homens. A palavra comunhão é muito mais empregada do que o termo ruptura. Na teologia, chamada Jurídica, ao contrário, fala-se mais de ruptura entre o Pai e o Filho, do que em comunhão, como se verá a seguir.