domingo, 26 de agosto de 2012

Trecho extraído do capítulo 15 do livro Mensageiras da Ressurreição



 
                                            O ÓVULO DA MULHER

Até o ano de 1827, a Medicina não tinha conhecimento da existência do óvulo da mulher. Desconhecimento que foi responsável pela criação de mirabolantes teorias sobre o corpo feminino, por parte de filósofos, médicos, cientistas, literatos, enfim pela nata da intelectualidade de todos os tempos. Idéias, como a de Aristóteles, filósofo grego, segundo a qual a mulher não contribuía no processo de reprodução com material produtivo para a formação do feto. Para ele, só o homem era a parte criativa e doadora de vida; ela era meramente uma nutridora biologicamente passiva. Aristóteles declarava o sexo feminino inferior, por natureza. Sua definição de mulher era a de homem incompleto, defeituoso. Considerava a mulher inferior tanto do ponto de vista físico como no caráter: "Devemos considerar o caráter da mulher como algo que sofre de certa deficiência natural."
Suas idéias influenciaram grandemente a Idade Média. Com relação à fictícia imperfeição do corpo feminino, as idéias aristotélicas influenciaram até mesmo os Reformadores. Haja vista, concordarem em ver a mulher apenas como uma nutridora biologicamente passiva.
Contudo, em fins do ano de 1600, portanto, antes da descoberta do óvulo feminino, o tema sobre a natureza física da mulher passou a ser alvo de acirradas discussões nos meios médicos da Renascença. Finalmente, as inteligências dos doutores desembotaram-se e eles chegaram à conclusão, de modo consensual, que a anatomia feminina era perfeitamente normal e distinta da anatomia masculina. 
Resolvida a questão, concordaram os luminares da inteligência científica que, na anatomia feminina, não havia carência alguma, e que a mulher não seria, então, como afirmava, também, Tomás de Aquino, "um homem incompleto, um ser ocasional;" idéia bem semelhante a de Aristóteles sobre o assunto.
Dentre os leigos, todavia, subsistiam dúvidas.  

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 do livro Mensageiras da Ressurreição

                         MÁRTIRES CRISTÃS


O relato da perseguição aos cristãos, após a ascensão de Cristo, e durante os primeiros séculos, possui um lado que ainda carece ser melhor conhecido e avaliado. Referimo-nos ao lado feminino dessa História. O silêncio, como um manto de ferro, sob o qual se oculta esse episódio ainda não foi removido totalmente para que se possa observar toda a dimensão de seu heroísmo. Porque tal como o homem, a mulher suportou perseguição, tortura e chegou a morrer por não renegar a fé em Cristo, naqueles tempos difíceis para a Igreja. Além de ajudar os irmãos perseguidos, as mulheres foram igualmente encarceradas, padecendo nas prisões como a própria Bíblia relata. Não pode ser esquecido que muitas delas não temeram acompanhar os passos de Jesus até o Calvário e durante a crucificação. Além do mais, no domingo de Páscoa, de madrugada, já estavam postadas diante do túmulo de Jesus.
Será que não temiam ser apontadas como pertencentes ao grupo dos seus seguidores?
Posteriormente, por ocasião da morte de Estevão, o primeiro mártir cristão, iniciou-se a dispersão dos cristãos sob a perseguição dos judeus, que os levou a fugir para outras cidades. Pelo exemplo de Saulo, pode-se observar que a perseguição não se restringia apenas aos homens, mas, atingia igualmente homens e mulheres. Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (Atos 8.3)


Referindo-se ao texto, bem como a Atos 9.1-2 e 22.4, onde se encontra menção clara sobre a violência que atingiu também as mulheres, o pesquisador Witherington III, observa: As mulheres da igreja de Jerusalém desempenharam um papel tão vital que sofreram perseguição juntamente com os homens.

É interessante, também, observar, integralmente o texto de Atos (9. 1,2): E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém.
Seguindo-se à perseguição movida pelos judeus, nos séculos seguintes e até quando o governo de Constantino descriminalizou o cristianismo, o governo de  Roma, também, resolveu estender seus tentáculos em direção aos cristãos em cruenta e tenaz perseguição.


domingo, 5 de agosto de 2012

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

                                   
                              O QUE PRETENDO COM ESTE LIVRO 



Em primeiro lugar, agradecer ao Criador, por ter-me feito nascer mulher; pois, foi a uma mulher que o Senhor ressuscitado manifestou-se, encarregando-a, na companhia das outras que a acompanhavam, de levar a notícia de Sua ressurreição aos demais apóstolos. Por pertencer ao gênero feminino, exaltado de maneira inaudita por Deus, digo em oração: Bendize, ó minha alma ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome! (Salmos 103.1). Registro este tributo a Deus pela minha vida e a vida de todas as mulheres, também, como contraponto àquela oração dos judeus na qual eles declaram: "Bendito seja Deus, nosso Senhor e o Senhor de todos os mundos por não me ter feito nascer mulher."
Segundo os ensinamentos rabínicos, as mulheres não podiam ter acesso direto ao estudo e conhecimento da Lei. Somente aos homens era permitido estudar a Torá. Hoje, os judeus colocam essa questão (do acesso à palavra de Deus, somente aos homens) como desculpa para amenizar o caráter discriminatório da referida oração. Mas, não convencem. Porque a oração deles não termina aí, mas, acrescentam agradecimentos ao Senhor por não tê-los feito nascer cachorro e nem samaritano. Mulher e samaritano (povo natural de Samaria, inimigo dos judeus) nivelados aos animais! Era assim que eles os viam e tratavam. Com certa vantagem para os cachorros, pois, conta-se que, "em um período da história religiosa, os rabinos diziam dar preferência a ensinar um cachorro do que a uma mulher, e que preferiam queimar a Torá a ensiná-la a uma mulher."
Agradeço a Deus, também, por ter-me permitido por intermédio de Jesus, nosso Mestre, o acesso direto ao conhecimento e estudo da Sua Palavra.
O propósito maior deste livro, porém, consiste em celebrar o amor de Cristo, nosso Libertador, em reconhecimento por ter-nos escolhido como Mensageiras da Ressurreição. Toda honra e toda glória a Ele sejam dadas! Em razão de o maior acontecimento da história do cristianismo, a ressurreição de Cristo, ter sido presenciado primeiramente por uma mulher - Maria Madalena - e pelo grupo de mulheres que a acompanhava, a alegria torna-se incontida. A maior glória que um ser humano poderia almejar, qual seja, a primazia de ver o Senhor ressurreto, foi dada às mulheres.