sábado, 24 de março de 2012

Trecho extraído do capítulo 11 do livro Mensageiras da Ressurreição

                               MARTA E MARIA
A história sobejamente conhecida, protagonizada ao lado de Jesus por Marta e Maria, irmãs de Lázaro, se cotejada com a história das outras discípulas, mostra uma faceta diferente em dois sentidos. Primeiro, pela ênfase que os Evangelhos dão às demonstrações de apreço e amizade do Senhor por essa família. Eles eram amigos íntimos e, ao ver Maria e os judeus chorarem a morte de Lázaro - o texto joanino registra – Jesus chorou. (João 11.35). Segundo, porque as irmãs não participavam do ministério itinerante do Mestre, conforme acontecia com a maioria das outras discípulas. Nenhum dos evangelistas registra a presença delas entre os que acompanhavam o Senhor em Suas jornadas. A história desenrolou-se pelo caminho inverso. Foi Jesus quem as encontrou, e passou a abençoá-las ensinando-lhes a Palavra: E aconteceu que, indo eles (Jesus e Seus discípulos) de caminho, entrou numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; e tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra (Lucas 10. 38,39).
Dois importantes ensinamentos destacam-se no texto. Primeiramente, a revelação do que significa receber a Jesus e ouvi-lO. Atitude transformadora, verdadeira metamorfose, pela qual a pessoa é alçada à condição de discípulo de Cristo. Foi justamente, o que sucedeu às duas irmãs, Marta recebeu-O em sua casa e Maria ouviu o Mestre. Pela pertinência, recorremos ao texto de Apocalipse 3.20, no qual se lê: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. Palavra que se cumpriu de maneira esplendorosa na vida dessas mulheres, cujo coração respondeu ao chamado do Salvador.
Observemos a outra lição que se pode extrair do episódio:
Novamente, em gritante contraste com o costume judaico de ignorar as mulheres, negando-lhes o direito ao conhecimento das Escrituras, o Mestre aparece ministrando a palavra a uma mulher. Observe-se que o vocábulo discípula nem sequer existia em hebraico, idioma no qual a palavra discípulo não tinha o gênero feminino. A condição das mulheres, em geral, sofreu uma transformação radical operada pelo Senhor, em todos os seus níveis. Na realidade, como se um universo tivesse sido edificado especialmente para acolher o gênero feminino, em relação ao pouco espaço que lhe fora permitido ocupar na sociedade antiga. Jesus revolucionando, concomitantemente, edificava.




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