quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Trecho extraído do capítulo 11 do livro Mensageiras da Ressurreição



                               MARTA E MARIA
Novamente, em gritante contraste com o costume judaico de ignorar as mulheres, negando-lhes o direito ao conhecimento das Escrituras, o Mestre aparece ministrando a palavra a uma mulher. Observe-se que o vocábulo discípula nem sequer existia em hebraico, idioma no qual a palavra discípulo não possuía o gênero feminino. A condição das mulheres, em geral, sofreu uma transformação radical operada pelo Senhor, em todos os seus níveis. Na realidade, como se um universo tivesse sido edificado especialmente para acolher o gênero feminino, em relação ao pouco espaço que lhe fora permitido ocupar na sociedade antiga. Jesus revolucionando, concomitantemente, edificava.
Marta, vítima de injustiça histórica: Enquanto Maria encontrava-se aos pés de Jesus, atenta à Sua palavra, conforme relata o texto de Lucas 10, Marta andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe pois que me ajude. (v.40). Ao que Jesus lhe respondeu: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (vv. 41b, 42). Historicamente, as palavras de Jesus têm sido interpretadas como sendo de repreensão à Marta, e o episódio visto como significativo da vida ativa em contraste com a vida contemplativa.
Em favor de Marta devemos evocar suas palavras de caráter profético, quando demonstrou reconhecer a messianidade de Jesus, ao afirmar ser Ele o Cristo. (João 11.27). Além de tê-lO recebido em sua casa – e em seu coração - Marta deu mostras de que, também, havia aprendido as Suas lições e conhecia a Palavra. Podemos avaliar seus conhecimentos, não só pela palavra profética que proferiu sobre o Salvador, mas, também, pela resposta que disse, ao Senhor, por ocasião da morte de Lázaro. No momento em que Jesus garantiu-lhe que Lázaro ressuscitaria, Marta replicou: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia (v.24b). Desta vez, porém, Jesus referia-Se ao milagre que estava prestes a realizar, ao trazer Lázaro de volta à vida. Esse poder de Jesus, que acabara de Se autodefinir como sendo a ressurreição e a vida,(v.25), Marta viria a conhecer de imediato.
Maria de Betânia, vale lembrar, foi a mulher que ungiu Jesus com perfume de altíssimo valor, poucos dias antes de Sua morte, conforme relato do livro de João (12.1-11); assunto já abordado no capítulo A Revolução do Amor. Para a realização desse ato, concorreram, certamente, o presságio a respeito da morte próxima de Jesus aliado ao sentimento de gratidão devida a Ele, pelas inúmeras e grandiosas bênçãos derramadas sobre toda a família.

Nenhum comentário:

Postar um comentário