quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Trecho extraído do capítulo 8 do livro Mensageiras da Ressurreição

8. Atos das Apóstolas
A MENSAGEIRA DA CARTA AOS ROMANOS

O capítulo 16 da Carta aos Romanos tem servido como instrumento poderoso para esclarecer boa parte da história da mulher cristã nos primórdios da Igreja. No texto, o apóstolo Paulo faz menção a diversos nomes femininos: Febe, Priscila, Maria, Júnia, Trifena, Trifosa, Pérsida, Júlia, Olímpia - além de mencionar duas outras por intermédio de seus parentes: a mãe de Rufo, a qual ele considerava como sua própria mãe, e a irmã de Nereu. As referências, todas elogiosas, demonstram afeto e manifestam o seu reconhecimento pela atividade que as mulheres desenvolviam na congregação, ressaltando que a Igreja o acompanhava no tributo a elas.




Pela leitura da epístola, sob o crivo da análise exegética, tem sido possível entender melhor como foi esse início. Há elementos comprobatórios de que muitas mulheres exerceram papel de liderança e de ensino com autoridade no movimento cristão. Além disso, participaram ativamente da missão evangelística, de igual para igual, ao lado dos apóstolos.
À primeira vista pode causar estranheza, mesmo no meio evangélico, serem encontrados dentre os escritos de Paulo - com sua fama de machista - os mais importantes relatos a destacar o desempenho feminino na primeira Igreja. No entanto, muitos eruditos cristãos são enfáticos em reconhecer essa realidade, tal como a teóloga Elisabeth S. Fiorenza: As cartas paulinas indicam que as mulheres foram apóstolas, missionárias, patrocinadoras, colaboradoras, profetizas e líderes de comunidades.  

Realmente, indicativo manifesto da aceitação de Paulo acerca do ministério feminino que se desenvolvia com a sua aquiescência – em perfeita comunhão de interesses entre apóstolos e apóstolas, visando o objetivo maior de servir ao Senhor.
Nas cartas paulinas, de maneira geral, e não só na carta aos Romanos, os relatos sobre o ministério feminino multiplicam-se de maneira elucidativa. Em nome da verdade, levam-nos a pensar melhor antes de dar a Paulo o cognome de machista, e até mesmo de misógino - que significa aquele que tem desprezo pelas mulheres -como costuma acontecer entre pensadores não evangélicos principalmente. No mundo secular, até hoje, o nome de Paulo está indissoluvelmente ligado ao machismo e à misoginia. Na igreja, subsistem controvérsias.

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