segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Trecho extraído do capítulo 1 do livro Mensageiras da Ressurreição

O INÍCIO DA CAMINHADA

...Aquele foi o primeiro de subseqüentes abalos a sacudir
o código de leis judaico e a repercutir sobre os conceitos
de (in)justiça do mundo greco-romano. Nestes,
a mulher era ainda muito mais inferiorizada, apesar das
raras exceções, em ambos os contextos, que serviam apenas
para confirmar a regra geral de violência e opressão.
A marcha em prol da libertação da mulher que se desencadeou em dois níveis, quais sejam, na sociedade civil e na igreja, movimentou-se em ritmo desigual. Surpreendentemente, cristãos
e cristãs avançaram mais lentamente. A defasagem
entre os dois segmentos é visível no presente momento.
Algumas denominações evangélicas, é verdade, apoiam
integralmente até mesmo o ministério pastoral da mulher;
outras, porém, reconhecem apenas parcialmente o
seu direito de trabalhar na missão evangelística (desde
que não exerça autoridade como líder); e ainda meditam
sobre o que seria ou não permitido à mulher realizar. Enquanto
que, em outras denominações, sua atuação limita-
se à execução de trabalhos manuais dentro do ministério
de assistência social, onde lhe é permitido, quando
muito, colaborar na ajuda aos necessitados e cuidar dos
trabalhos de limpeza da igreja. Trabalho honroso, sem
dúvida, mas, de âmbito limitado.
No segmento católico, por sua vez, mulher receber
o ministério ordenado é assunto totalmente fora de cogitação.
As mulheres conquistaram o mundo, mas, continuam
como mendigas esmolando à porta de muitas
igrejas por um espaço no púlpito ou pela oportunidade
de participar das decisões concernentes à vida da igreja.
Uma mulher pode ser presidente da República,
mas, em algumas denominações não pode ser pastora,
nem ocupar um lugar na hierarquia eclesial. Sei que igreja
é igreja, mundo é mundo. Mas não deixa de ser instigante
a constatação, e de oferecer oportunidade para
maiores reflexões.

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