domingo, 24 de abril de 2011

Trecho extraído da Introdução do livro Mensageiras da Ressurreição

A maior glória que um ser humano poderia almejar, qual seja, a primazia de ver o Senhor ressurreto, foi dada às mulheres. As primeiras palavras
de Jesus como o Cristo vitorioso - Eu vos saúdo!- foram dirigidas a elas que O procuravam no sepulcro,para comissioná-las a proclamar a ressurreição. (Mateus 28. 9-10).
Para as mulheres do terceiro milênio, manter o silêncio ou a indiferença diante desse acontecimento seria o mesmo que consentir em ser ludibriadas. Conscientizar-se da sua importância é a melhor decisão a tomar para assumir o espaço que, por direito, é seu dentro da igreja, de conformidade com a vontade de Deus.
Da parte dos homens, ignorar o sentido de Cristo ter delegado às mulheres a missão sagrada representa má vontade,instigada por um machismo mal disfarçado. E muito mais grave, ainda, quando alguns deles, sem achar uma
desculpa plausível, (porque não há), afirmam que esse fato ocorreu por acaso - como se algum dos atos de Jesus Cristo pudesse ser insignificativo!
Perigoso para as mulheres seria desconhecer o alcance do fato, do qual decorre uma tremenda responsabilidade para elas no âmbito da igreja, da família e da sociedade em geral. Urge dar maior atenção ao acontecimento,
procurando colocá-lo, como que, sob a luz de um holofote, a fim de apreciá-lo sob todos os seus ângulos.
Pois, ser encarregada por Cristo de anunciar a Sua ressurreição é glorioso demais, é forte demais. Sua perspectiva excede as possibilidades do olhar natural, e ultrapassa as fronteiras de um relato de caráter histórico-cristão,para a de um acontecimento de estrondosa repercussão e importância no mundo espiritual. Maior importância,ainda, reconhecemos nesse fato por saber que “a fé cristã é baseada no testemunho e na proclamação das mulheres.”
Sem esquecer, também, que a ressurreição de Cristo é o sustentáculo da doutrina cristã.
No ambiente mundano, em meio aos ímpios, por ironia, é onde a mulher finalmente já usufrui de todos os seus direitos reconhecidos perante a lei, e assume deveres e responsabilidades, tal como o homem. Sua emancipação
é inquestionável. Ainda que tenha demorado séculos, finalmente foi considerada juridicamente capaz, responsável pelos seus atos e dotada de inteligência suficiente para tomar decisões, assim como o homem. Contudo, esse reconhecimento não foi fácil, a História registra, ainda que de modo tíbio, a dimensão gigantesca dessa luta.
Enquanto isso, no meio cristão, muitas pessoas(muitas igrejas) ainda se encontram no dilema shakespereano,do ser ou não ser a mulher digna de proclamar a mensagem da Cruz e de vê-la como um ser espiritualmente
autônomo. Grande contrassenso!

sábado, 9 de abril de 2011

Trecho extraído do capítulo 13 do livro Mensageiras da Ressurreição

Mulheres do NT - essas desconhecidas

Entre o povo evangélico de hoje, percebe-se que são raríssimos os nomes femininos, dentre os registrados Novo Testamento, lembrados como dignos de nota. Isso demostra quão oportunos são os estudos dos exegetas, e que grande lacuna vêem preencher.
O panorama visto deste século indica que, tirante os nomes de Maria, mãe de Jesus, e Maria Madalena - mencionada mais pelos seus pseudospecados do que pela sua santificação -, o de Tabita (Dorcas) conhecida pela sua ressurreição, e o nome de Lídia que é mal e mal conhecido, o resto é silêncio. Ignora-se o que elas faziam e até mesmo o nome das diversas mulheres citadas nas cartas de Paulo. Os estudos dos eruditos cristãos têm ajudado a corrigir esse lapso para tentar recompor a história da mulher do Novo Testamento.
O grande desconhecimento entre os cristãos, até
mesmo por parte de líderes, a respeito do desempenho da
mulher nos tempos de Jesus e da primeira Igreja cristã é
notável. Daí, talvez, a resistência de muitas denominações
em admitir o ministério feminino no seu âmbito, e até
mesmo de reconhecer a capacidade e o direito das mulheres
de ensinar na Igreja, e de ocupar cargos de relevância,
tal como no passado remoto. Isso tudo aliado, claro, à má
interpretação de certas palavras das cartas paulinas.
Todavia, o trabalho de pesquisadores da História da
Igreja, tanto evangélicos como católicos, vem mostrar uma
realidade muito rica concernente à atuação da mulher ao
lado de Jesus e na comunidade pós-páscoa, como ficou
demonstrado ligeiramente no capítulo de Atos das Apóstolas, deste livro.